24 AGO 2020
Na solenidade em que o presidente Jair Bolsonaro recebeu 100 médicos voluntários da campanha “O Brasil Vencendo a covid-19”, hoje (24), participaram três médicas do RN que defendem a profilaxia para prevenção e o tratamento de covid: Kyvia Mota (especialista em reprodução humana), as infectologistas Eliana Tomaz (do Instituto de Medicina Tropical da UFRN) e Rosângela Morais (do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde - Lais, da UFRN).
Sobre Bolsonaro, uma das coisas que mais impressionaram nele foi o quanto é emotivo. A ponto de não segurar as lágrimas diante do cenário triste de mortes por covid e da luta para vencer o novo coronavírus, um cruel e invisível inimigo de todos.
Na ocasião, coube à médica Raissa Soares a fala que representou os profissionais que defendem o uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce da doença.
Raissa ficou conhecida no Brasil pelo vídeo que viralizou, no dia 30 junho, em que ela fala da sua preocupação com a falta de recursos para tratar os pacientes contaminados pelo coronavírus em Porto Seguro (BA) e outras cidades no entorno.
No vídeo, apela ao presidente:
- Meu presidente, nos ajuda. Manda um avião, manda um carregamento, coloca hidroxicloroquina nessa cidade.
De acordo com a Agência Brasil, “Bolsonaro fez um retrospecto sobre as decisões do Ministério da Saúde a respeito do protocolo de tratamento da doença e lembrou que é o médico que tem a prerrogativa para a prescrição de medicamentos”.
Continua: Até o mês de maio, o ministério orientava o uso da cloroquina e hidroxicloroquina em casos graves e apenas em pacientes hospitalizados. Nesta segunda-feira, Bolsonaro elogiou a atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que mudou o protocolo, incluindo a possibilidade da prescrição do medicamento em casos com sintomas leves. Para isso, o paciente deve concordar com o tratamento, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.
“Pazuello resolveu mudar a orientação e botou [a possibilidade de receitar] em qualquer situação, de modo que o médico pudesse ter sua liberdade”, disse o presidente.
Em abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu parecer em que não recomenda o uso da droga, mas autoriza a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves, a critério do médico e em decisão compartilhada com o paciente. A hidroxicloroquina é, originalmente, indicada para doenças autoimunes, como malária, lúpus e artrite reumatóide.
Ao atualizar as orientações para o uso dos medicamentos contra covid-19, o Ministério da Saúde alertou que não há evidências científicas de que a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam eficazes contra a doença, mas considerou a existência de estudos e a larga experiência do uso das drogas a no tratamento de outras doenças infecciosas e de doenças crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em audiência pública no Congresso, o ministro Eduardo Pazuello, disse, recentemente, que os estoques de hidroxicloroquina para auxílio no tratamento da covid-19 estão zerados no país. Ele destacou que não vê nada de errado em questionar o uso do fármaco para esse fim, mas lembrou que a hidroxicloroquina é demandada pelos estados e municípios ao Ministério da Saúde e que o uso é a critério médico.
Conclui:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda sem receita de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina, esses dois últimos também utilizados no tratamento de covid-19. O objetivo das novas regras é impedir a compra indiscriminada dos medicamentos e garantir estoques destinados aos pacientes que já têm indicação médica para uso desses produtos.
Os médicos e o presidente - foto Marcos Corrêa/PR
A fala da médica Raissa Soares
Autor(a): Eliana Lima
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