10 JUL 2025
Depois que Donald Trump anunciou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o governo Lula da Silva (PT) reagiu com um comunicado firme e cheio de adjetivos, o suficiente para impressionar diplomatas progressistas, mas não exatamente para assustar o Departamento de Comércio dos EUA.
O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, sintetizou o impasse com precisão zoológica, em entrevista na GloboNews, nesta quinta-feira (10): “Seria um mico brigando com um gorila de 500 quilos”.
Pois bem!
O Planalto bateu no peito e avisou que vai responder com base na Lei da Reciprocidade Econômica. Traduzindo: se Trump fechar a porta, o Brasil pode tentar bater com a testa. Mas com dignidade, claro.
O comunicado oficial afirma que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e defende, com altivez, a soberania nacional, a independência das instituições e a liberdade democrática, quase um editorial da ONU. No trecho mais técnico, o governo desmente Trump e diz que, nos últimos 15 anos, os EUA acumularam um superávit de 410 bilhões de dólares na balança comercial com o Brasil. Um dado real, mas que, na prática, tem o mesmo efeito de um carimbo em papel reciclado diante de tarifas alfandegárias novas em folha.
Enquanto Trump não perde o sono com a resposta do Itamaraty, a guerra comercial no Brasil virou mais um capítulo da novela nacional do “ódio do bem”, da retórica soberana e da diplomacia de discurso inflamado.
Porque no fim, o mico pode até gritar bonito. Mas continua pequeno na selva.
Autor(a): BZN