17 SET 2025
Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) indica que a fadiga da tripulação pode ter contribuído para o acidente com o voo 2283 da Voepass/Passaredo, em 9 de agosto de 2024, que resultou na morte de 58 passageiros e quatro tripulantes.
De acordo com o documento, as escalas de serviço não garantiam o tempo mínimo de descanso previsto em lei, o que pode ter comprometido a concentração e o tempo de reação dos pilotos. “A empresa montou escalas que reduziram o tempo de descanso da tripulação, o que pode ter causado cansaço em um nível capaz de prejudicar a concentração e o tempo de reação dos profissionais. Esse fator, somado a outras possíveis causas, pode ter contribuído para o acidente com o voo 2283”, conclui o relatório.
A auditoria constatou ainda que a companhia não realizava controle efetivo da jornada de trabalho, descumpria a Lei dos Aeronautas e violava cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho voltadas à prevenção da fadiga.
Como resultado, foram lavrados dez autos de infração, que somam cerca de R$ 730 mil em multas. A Voepass também foi notificada por não recolher mais de R$ 1 milhão ao FGTS de seus funcionários. A empresa pode recorrer das penalidades.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já havia suspenso as operações da companhia em março de 2025 e cassado sua certificação de operação em junho. Em abril, a Voepass ingressou com pedido de recuperação judicial.
Autor(a): BZN