Turismo

Mina Brejuí e Cânions dos Apertados deveriam estar no auge do turismo do RN

05 JUL 2021

Foto: Eliana Lima

De um fim de semana único, proporcionado pelos irretocáveis anfitriões Etiene Lima e o cunhado Ignácio Salustino, na fazenda da sua família, a Barra Verde, da Mina Brejuí, um pouco do  imenso patrimônio histórico e de empreendedorismo deixado pelo seu avô Tomaz Salustino, um dos maiores visionários do RN, que transformou Currais Novos com seu império da scheelita. A ponto de em 1954 ser considerado pela revista Time a quarta maior fortuna em potencial do mundo. 

Foi recebido pelos mais expressivos empresários dos Estados Unidos e pelo então prefeito de Nova York. A scheelita é uma das principais fontes do tungstênio, minério pesado utilizado na fabricação de lâminas de turbinas para aviões e foguetes, em armamentos militares, válvulas de mísseis e aeronaves. Imagine que a descoberta do mineral nas terras de Tomaz Salustino bombava em pleno tempo da 2ª Guerra.

Depois de um tempo fechada, a mineração foi retomada e segue em crescimento. Dentro existe uma cidade, inclusive com uma belíssima capela, que recebeu o nome de Santa Tereza D’Ávila. Santa escolhida em homenagem à esposa Tereza Bezerra Salustino, para comemorar bodas de ouro. Projeto de arquiteto francês. A imagem veio de Portugal, os mármores da Itália, os lustres de Minas Gerais. 

Passamos pela casa do coronel José Bezerra, na Fazenda Aba da Serra, de 1880, já deteriorada. Homem de muito poder e muitas posses, era pai de Tereza Bezerra, que, para ela se casar com Tomaz Salustino, também filho de família abastada do Seridó,  deu como dote as terras onde futuramente seria a Mina Brejuí. 

O museu de Tomaz Salustino é algo incrível, e onde é possível ter mais noção da importância desse homem paga o desenvolvimento do RN. Inclusive com peças pré-históricas muito bem conservadas que nas escavações foram encontradas.

O turismo pelo museu, pela cidade da mineradora e sua capela deveria estar há muito entre os principais pontos do roteiros para visitantes no RN. E também para potiguares. Idem muito da arquitetura em Currais Novos deixada por Tomaz Salustino e seu filho Sílvio Bezerra de Melo, que foi prefeito do município e, assim como o pai, era empreendedor e tinha visão de futuro. A estrutura arquitetônica dos prédios e praças que construíram são de encher os olhos até hoje.
 
Inclua-se no roteiro passeio aos espetaculares Cânions dos Apertados, formação natural de rocha quartzítica. Pena que atualmente está sem água, devido à estiagem.

Tomaz Salustino era bisavô do hoje ministro Fábio Faria (Comunicações), avô da sua Nina Salustino.

O museu é algo sensacional. Só entra com os pés descalços e não é permitido tirar fotos ou filmar

Os anfitriões Etiene e Ignácio (Gê) Salustino

Depois é colocar o capacete e visitar um trecho das minas

Após as minas, siga para o processo de separação da scheelita e depois pela cidade, com parada na linda capela

Pia batismal - todo o mármore foi trazido da Itália

A Fazenda Barra Verde - todo mármore foi trazido da Itália. Os móveis têm mais de 100 anos

Com minha família e amigos

A casa bicentenária do Coronel José Bezerra - abaixo a descrição de Assis Chateaubriand sobre o coronel:

Era divinamente telúrico. Exercia caciquismo naturalmente, como quem bebia água ou tomava pinga. Lealdade, fervor das coisas públicas, firmeza de convicções, eram os sucos das suas reservas. Imperava soberano, na latitude do Seridó, o Matusalém Riograndense do Norte.

Os cânions

Autor(a): Eliana Lima



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