Política

Misoginia: em vídeos, assassino de escola no PR diz que alvo era mulher. Autoridades lamentam. Mas o que o Brasil precisa é de ações efetivas deles

19 JUN 2023

Foto: O criminoso festeja em um dos vídeos

Ex-aluno de 21 anos entrou nesta segunda (19) na Escola Estadual Profª. Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, alegando que solicitaria seu histórico escolar.


Na sua mochila foram encontrados um machado e munições. A PM também apreendeu com o assassino um caderno com anotações sobre ataques em escolas, incluindo o ocorrido em Suzano (SP).

Segundo a escola, em contato com a família do assassino foi informada que ele é esquizofrênico e faz tratamento para a doença.


Dentro da escola, atirou na aluna Karoline Verri Alves, 17 anos, que morreu na hora, e Luan Augusto, também 16 anos, que está internado em estado gravíssimo. Os dois eram namorados desde maio de 2022.


O assassino foi preso.


Em quatro vídeos nas redes sociais - que o BZN não postará -, o criminoso diz coisas terríveis sobre mulher, que estava pronto para matar uma - da forma mais terrível de decapitação -, arrasta-la e depois suicidar-se.


Fala que “não é psicopatia, mas sim prazer”. Ou seja, é mais doente da alma que imagina-se. Alto perigo para a sociedade, principalmente mulheres. 


O mais temeroso é que este criminoso ganhe liberdade, diante dos benefícios das leis.


Nas redes sociais, o senador Hamilton Mourão cobrou do parlamento:


- Tomei conhecimento, agora, da tragédia ocorrida no Colégio Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Meu profundo pesar e solidariedade às famílias das vítimas, aos funcionários e aos alunos do colégio. O parlamento precisa atuar para que nossas crianças estejam efetivamente protegidas no ambiente escolar e que os agressores sejam punidos com o rigor máximo da lei.


Escreveu o presidente Lula:


- Recebo com muita tristeza e indignação a notícia do ataque no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Mais uma jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar.


Pois é


O que o Brasil menos precisa é de mensagem de indignação, pesar e cobranças por autoridades.


Precisa, sim, de leis que punam criminosos com rigor, que não os devolvam ao convívio da sociedade para que façam mais vítimas; que intimidem o crime. E que sejam aplicadas. Que as ações de segurança pública sejam efetivamente eficientes. Que políticas públicas, enfim, sejam de investimento na educação de base. 


E quem pode fazer tudo isso é justamente quem faz espetacularização em nome de solidariedade.

Autor(a): Eliana Lima



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