A música popular brasileira perdeu nesta segunda-feira (8) uma de suas vozes mais intensas e autênticas. Morreu, aos 75 anos, a cantora e compositora Angela Ro Ro, pioneira da MPB e ícone da liberdade artística e afetiva.

Dona de um timbre rouco inconfundível e de canções marcadas pela paixão e pelo desassombro, Ro Ro deixou uma obra que atravessou gerações, misturando sofisticação melódica, ironia cortante e uma entrega visceral às suas histórias de amor e desamor.

Autora de clássicos como Amor, Meu Grande Amor e Compasso, foi também uma das primeiras artistas brasileiras a assumir publicamente sua homossexualidade, tornando-se referência na luta pela visibilidade LGBTQIA+. Sua postura, muitas vezes considerada “incômoda” para a época, transformou-se em legado de coragem e autenticidade.

Nascida no Rio de Janeiro em 1949, Ângela construiu uma carreira marcada tanto por sucessos quanto por momentos de reclusão, mas sempre manteve o respeito e a admiração de colegas e fãs. Sua morte em Conchas, no interior de São Paulo, encerra uma trajetória de intensidade rara na música nacional.

Autor(a): BZN