10 JUL 2025
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta quinta-feira (10) a operação Resposta Certa, com o objetivo de apurar indícios de fraude no concurso público realizado pela Câmara Municipal de João Câmara. A investigação tem como alvos um ex-dirigente da Casa Legislativa, candidatos aprovados com vínculos familiares ou políticos com ele, além da empresa responsável pela organização do certame, sediada em Pernambuco.
As investigações foram iniciadas a partir de uma denúncia enviada à Ouvidoria do MPRN, apontando supostas irregularidades nos resultados do concurso. A apuração identificou um “padrão atípico” na aprovação de candidatos ligados por laços de parentesco ou por vínculos funcionais com a Câmara ou com a Prefeitura de João Câmara.
Entre os aprovados estão a filha e o genro do ex-presidente da Câmara, além de outros servidores que, à época do certame, ocupavam cargos comissionados nos órgãos públicos locais. O MPRN investiga a prática dos crimes de fraude em concurso público, advocacia administrativa e falsidade ideológica.
De acordo com a Promotoria, há indícios de que alguns candidatos tiveram acesso antecipado às provas ou gabaritos, ou ainda que os resultados tenham sido manipulados por meio da atribuição de notas falsas. O ex-dirigente da Câmara também é investigado por possível falsidade ideológica, após ter negado formalmente qualquer parentesco com candidatos aprovados, o que as investigações apontam como inverídico.
A pedido do MPRN, a Justiça autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em João Câmara e em Timbaúba (PE), onde funciona a empresa organizadora do concurso. O material apreendido inclui documentos, dispositivos eletrônicos e mídias digitais, que passarão por perícia autorizada, inclusive com acesso a dados protegidos por senha.
O processo corre em segredo de Justiça. A operação contou com o apoio do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e da Polícia Militar dos dois estados. Participaram da ação sete promotores de Justiça do MPRN, um promotor do MPPE, 32 servidores dos MPs e 36 policiais militares.
Autor(a): BZN