23 FEV 2022
Trombofilia é uma predisposição para desenvolver trombose, causada por deficiência na coagulação do sangue que favorecem a formação de coágulos (trombos). Pessoas com essa condição, principalmente gestantes ou mulheres que pretendem engravidar, precisam fazer acompanhamento médico regular. No entanto, a doença, bem como suas causas e complicações, ainda não são muito conhecidas da população. Pensando nisso, foi aprovado, nesta quarta-feira (23), o Projeto de Lei n° 123/2021, que inclui o Dia de Conscientização à Trombofilia no Calendário Oficial de Eventos do Município de Natal. De autoria do vereador Anderson Lopes, o Projeto foi aprovado por unanimidade.
De acordo com o texto da lei, a data será realizada anualmente no dia 14 de setembro e será dedicada à realização de campanhas e ações educativas de conscientização, prevenção e tratamento à trombofilia. “Este é um projeto de extrema importância, pois visa popularizar informações que podem salvar a vida de muitas pessoas e contribuir para a redução da mortalidade infantil e materna”, explica o autor do projeto.
Fundadora e administradora do Grupo Picadinhas de Amor RN, que apoia mulheres com Trombofilia, Fernanda Braga explica sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo e a importância da aprovação deste projeto de lei. “Há 4 anos informamos e orientamos mulheres com histórico de trombose, complicações obstétricas e perdas gestacionais a como conseguir o tratamento de alto custo, quando necessário, pelo SUS ou planos de saúde. Nesse período percebemos uma falta muito grande de informações da sociedade civil e dos profissionais de saúde sobre a nossa condição. Então, a aprovação de uma lei para conscientização e discussão desta temática no município trará maior visibilidade e, por consequência, uma maior garantia de direitos a todas que se deparam com este diagnóstico”, esclarece Fernanda Braga.
Sobre a trombofilia
A trombofilia pode ser hereditária ou adquirida. Mesmo sem a manifestação de trombose, o indivíduo portador de trombofilia deve acompanhar suas condições de saúde, pois pode causar obstrução de veias e artérias, provocando situações fatais, como acidente vascular cerebral (AVC) e embolia pulmonar.
Para as mulheres que desejam engravidar, o quadro merece atenção redobrada. Isso porque é uma condição que torna a gestação de alto risco, associada a complicações obstétricas, tais como infertilidade, abortos recorrentes, prejuízos no desenvolvimento fetal, pré-eclâmpsia e prematuridade, pode também causar morte fetal e materna. A obstrução de vasos endometriais, por exemplo, reduz as chances de implantação embrionária, levando a perdas gestacionais ou falhas de implantação em ciclos de FIV (fertilização in vitro). Em algumas situações, pode ser necessária a intervenção farmacológica. Os medicamentos anticoagulantes restabelecem a coagulação sanguínea adequada e ajudam a evitar a trombose. Entretanto, esta medicação (enoxaparina sódica) é de alto custo e muitas mulheres sofrem para conseguir o custeio pelo SUS ou por planos de saúde, tendo muitas vezes que recorrer à via judicial.
Autor(a): Redação
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