07 FEV 2025
A Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180, um dispositivo essencial na luta contra a violência de gênero no Brasil, registrou um total de 10.276 atendimentos no estado do Rio Grande do Norte em 2024, representando um aumento de 13,7% em comparação ao ano anterior, quando foram contabilizados 9.037 atendimentos. No entanto, o estado observou uma redução de 6,6% nas denúncias de violência, que caíram de 1.686 em 2023 para 1.574 em 2024.
Dentre as denúncias recebidas em 2024, a maioria foi feita por telefone (1.425), enquanto 103 foram registradas via WhatsApp. Notavelmente, 850 das vítimas relataram os casos por conta própria, enquanto outras 724 denúncias foram feitas por terceiros. O ambiente doméstico continua sendo o local mais comum para a ocorrência da violência, com 643 denúncias relacionadas a esse contexto. Além disso, a residência compartilhada entre vítima e agressor também é um cenário frequente, com 560 casos registrados.
Os dados revelam que muitas mulheres enfrentam situações de violência diariamente; foram relatados 725 atendimentos diários relacionados a agressões, enquanto 288 mulheres afirmaram que as violências ocorrem ocasionalmente. As vítimas mais comuns são mulheres pretas e pardas (866), e os principais agressores são companheiros ou ex-companheiros (478).
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que o aumento significativo nos atendimentos reflete uma maior confiança da população brasileira, especialmente das mulheres, no Ligue 180. Essa confiança é resultado das melhorias implementadas desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência (Decreto nº 11.431/2023).
"Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp", explica a ministra.
Autor(a): BZN