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O caso da atleta argelina Imane Khelif: intersexualidade com testosterona acima dos permitidos para a categoria feminina

02 AGO 2024

Foto: Redes sociais

Aumenta a polêmica em torno da boxeadora Imane Khelif. Não, ela não é uma pessoa transexual.


Embora detalhes completos sobre sua condição médica não tenham sido divulgados publicamente, sabe-se que nasceu com características sexuais ambíguas. O que antes a ciência tratava como hermafrodita. Hoje se diz “intersexo”, porque hermafrodita foi considerado nome pejorativo e restrito a fatores.


Em casos de intersexualidade, uma pessoa pode nascer com cromossomos sexuais, gônadas ou anatomia reprodutiva que não se encaixam nas típicas definições de masculino ou feminino.


No caso de Imane,  ela possui níveis de testosterona acima dos permitidos para a categoria feminina. Em 2023, ela foi desqualificada dos Jogos Olímpicos de Paris porque os exames médicos indicaram a presença de cromossomos XY, normalmente associados ao sexo masculino. Entretanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu que ela poderia participar das disputas.


Pessoas com cromossomos XY geralmente produzem testosterona em níveis mais altos, o que pode contribuir para um desenvolvimento muscular e força maiores, características geralmente associadas ao sexo masculino. Mas, não significa efetivamente que todos com cromossomos XY terão automaticamente mais força do que aqueles com cromossomos XX. 


A Olimpíada Paris 2024 trouxe à tona discussões sobre elegibilidade e inclusão no esporte. Além de Imane Khelif, também está no foco da polêmica a atleta Lin Yu-Ting, de Taiwan. As duas foram desqualificadas em competições anteriores devido à presença do cromossomo Y em seus perfis genéticos. A Associação Internacional de Boxe (IBA) alegou que ambas violavam regras de participação em torneios femininos, por possuírem vantagens competitivas sobre outras atletas. Elas foram previamente excluídas do Campeonato Mundial de Boxe Feminino em Nova Delhi, em 2023, após testes de DNA indicarem a presença de cromossomos XY.


Para os jogos olímpicos, o COI autorizou a participação das duas atletas sob a justificativa de que todos os competidores cumprem os requisitos de elegibilidade e as regulamentações médicas aplicáveis. O COI considerou a desqualificação anterior das atletas como "arbitrária" e "injusta".


O COI leva em conta também indicações de corrupção e má administração que pesaram sobre a IBA. Considera que afeta a credibilidade e a confiança na organização.


Autor(a): BZN



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