09 MAI 2025
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN) deflagrou, nesta quinta-feira (8), a Operação Fechamento, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes fiscais e ocultação de patrimônio. A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada na Investigação de Crimes Contra a Ordem Tributária, em parceria com a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).
Durante a operação, mandados foram cumpridos em shoppings, residências e um escritório de contabilidade na capital potiguar. Os principais articuladores do esquema foram presos e diversas lojas interditadas. Estima-se que o grupo tenha movimentado mais de R$ 4 milhões em operações fraudulentas.
De acordo com a investigação, o grupo utilizava ao menos 45 CNPJs diferentes para fracionar faturamentos, ocultar a real estrutura de gestão e evitar a mudança para regimes tributários mais rigorosos. A prática envolvia o uso de “laranjas”, geralmente familiares e funcionários, como sócios formais das empresas, dificultando a responsabilização dos verdadeiros líderes do esquema.
Entre as estratégias fraudulentas identificadas estão: abertura recorrente de empresas em endereços de negócios inativos ou endividados; registro de empresas em residências como sedes formais; parcelamentos fiscais cancelados por inadimplência; manipulação contábil por meio de escritórios vinculados ao grupo; e dissoluções irregulares e ocultação patrimonial.
Segundo a Sefaz, apenas a dívida ativa estadual das empresas investigadas já soma R$ 1,3 milhão, mas os débitos acumulados podem ultrapassar os R$ 4 milhões. A Justiça determinou o bloqueio de bens, veículos e valores no montante de R$ 1,5 milhão, além do cancelamento de dez inscrições estaduais de empresas envolvidas.
Outras medidas judiciais incluem a suspensão de atividades de dois contadores suspeitos, a inabilitação de seus certificados digitais e a prisão preventiva de um casal identificado como núcleo gestor do grupo.
Autor(a): BZN