30 JUL 2025
O rapper Oruam foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por tentativa de homicídio qualificado contra agentes da Polícia Civil durante uma operação realizada na casa do artista, no bairro do Joá, zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada de 22 de julho. A denúncia foi aceita nessa terça-feira (29) pela juíza Tula Corrêa de Mello, da 3ª Vara Criminal, que tornou o artista réu.
O MP acusa Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, nome de batismo de Oruam, de atentar contra a vida de dois agentes com uso de meios cruéis e por motivo torpe. Segundo a denúncia, o músico teria arremessado várias pedras de grande peso contra o delegado Moysés Gomes e o oficial de cartório Alexandre Ferraz, atingindo os policiais durante o cumprimento de mandado judicial.
Oruam está preso desde a tarde do dia 22 de julho, quando se entregou à polícia. Ele está detido no Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu 3). O artista é filho de Marcinho VP, apontado como uma das principais lideranças da facção Comando Vermelho.
A promotoria apresentou laudos técnicos para embasar a denúncia, incluindo análises periciais que aplicam a segunda Lei de Newton, concluindo que os impactos das pedras poderiam causar fraturas cranianas fatais. A força dos arremessos, segundo o MP, "ultrapassa o limiar de fratura óssea com potencial letal imediato".
A denúncia ainda menciona vídeos publicados por Oruam nas redes sociais, nos quais ele desafia publicamente os agentes de segurança e incita a presença policial no Complexo da Penha, área sob controle do Comando Vermelho e considerada de alto risco para incursões policiais. Em uma das gravações, o rapper afirma: “quero ver vocês virem aqui, me pegar aqui dentro do complexo”.
Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, que também estava na casa no momento da operação, foi igualmente denunciado por tentativa de homicídio, acusado de lançar pedras contra os policiais.
A Justiça determinou a prisão preventiva dos dois acusados, alegando necessidade de preservar a ordem pública e garantir a aplicação da lei. Oruam já se encontrava em regime de prisão preventiva, mas um novo mandado foi expedido pela magistrada para formalizar a decisão judicial.
Autor(a): BZN