Saúde

Pela anestesia em Natal

05 AGO 2022

Estávamos acostumados com a celeuma de paralisação dos serviços de anestesiologia no Rio Grande do Norte diante de desentendimentos entre a Coopanest e governo estadual e prefeituras municipais, geralmente por atrasos em repasses de pagamentos por parte dos entes públicos.


Agora vivermos esse cenário também na saúde privada. A Coopanest, primeira cooperativa de especialidade médica implantada na capital-potengi, entrou em desacordo com a Unimed Natal.


No dia 24 de junho de 2022, a Unimed Natal recebeu notificação extrajudicial de resilição contratual da Cooperativa, com aviso prévio que se encerra segundas-feira (8). Hoje (5), a Coopanest anunciou que pretende encerrar o contrato com a operadora Unimed por não aplicar o reajuste do IPCA.


“Foi uma notificação extremamente inesperada, especialmente porque a Unimed Natal vinha mantendo aberto o canal de comunicação, de forma amigável, dentro do processo de negociação contratual iniciado em fevereiro de 2022. O reajuste pleiteado, no entanto, está acima da capacidade de absorção e o seu impacto afetaria a qualidade dos serviços prestados aos mais de 204 mil clientes além de repercutir na sustentabilidade do sistema de saúde na região. Afetaria ainda, diretamente, os mais de 1.600 médicos cooperados, os mais de 1.500 colaboradores e os mais de 400 prestadores de serviços de saúde”, explica a Unimed, sob a consideração de que não “deve interessar a ninguém desestruturar o sistema de saúde”, diz a Unimed.


A operadora afirma que “sempre se posicionou pela boa negociação em busca de um reajuste capaz de manter a continuidade do contrato e a efetiva prestação dos serviços”.


Atenta que a Coopanest é a única fornecedora de serviços médicos de anestesiologistas na região, o que estabelece uma relação de dependência do sistema de saúde.


Considera que a “essa posição, reconhecidamente monopolista, não pode prejudicar o consumidor com aumento deliberado de preços e a consequente restrição da oferta de serviços. Muito menos com interrupção da prestação dos serviços utilizada claramente como instrumento de pressão, o que contraria fortemente a excelente qualidade das relações comerciais entre as duas cooperativas”.


Explica que diante das negociações frustradas, e a Coopanest  “não transigir para um entendimento comercial capaz de manter ativa a relação comercial, o Conselho de Administração da Unimed Natal e a sua diretoria executiva, em consonância com seus médicos cooperados cirurgiões e, considerando o fim do prazo para extinção do contrato, adotou todas as medidas cabíveis para garantir a continuidade da assistência à saúde dos 204 mil  clientes”.


Finaliza a operadora, em nota emitida:


- A Unimed Natal preza pelo estabelecimento do equilíbrio e da parceria entre todos os entes do sistema de saúde e acredita que não interessa à COOPANEST desestabilizar o funcionamento de serviço tão importante e imprescindível à vida dos norte-rio-grandenses.

Autor(a): Eliana Lima



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