15 MAR 2023
Os meses que marcam a virada de um ano para outro estão entre os mais desafiadores para grande parte das empresas. Pagamento de impostos e obrigações tributárias, possibilidade de mudança de regime fiscal, programação financeira anual em princípio de execução e capital escasso devido ao início das vendas do ano, somando-se a isso o pagamento da folha de dezembro e repasse do 13° salário aos funcionários. Esses são alguns dos fatores que sobrecarregam o caixa das empresas nesse período. De fato, janeiro é tradicionalmente um mês difícil no ambiente empresarial e isso afeta diretamente as dinâmicas do mercado de trabalho formal. Um dos sinais que demonstram se há ou não esse tipo de dificuldade é a oscilação do volume de novas contratações de pessoal. Os dados do início de 2023 comprovam e retratam uma tendência verificada nos últimos dez anos no Rio Grande do Norte: o estado fechou janeiro com um déficit de novos empregos criados.
Os desafios para manter o quadro funcional atingem também os pequenos negócios. As micro e pequenas empresas potiguares, que até o ano passado vinham compensando as perdas das demais e mantendo o saldo de empregos positivo, diminuiriam o ritmo de novas contratações e finalizaram o mês de janeiro com o encerramento de 22 vagas de emprego com carteira assinada, depois de terem gerado mais de 20 mil vagas ao longo de 2022. Isso significa que houve mais demissões do que contratações no período.
A desaceleração também ocorreu nas médias empresas, cujo saldo de emprego no primeiro mês do ano foi de duas vagas perdidas. Nas grandes empresas, porém, houve equilíbrio entre admissões e demissões, de modo que o saldo ficou zerado, sem perdas ou criação de novas vagas.
As informações são do Mapa do Emprego do RN, uma publicação mensal do Sebrae no Rio Grande do Norte, que é baseada nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro deste ano. De acordo com o boletim, o primeiro mês de 2023 registrou desempenho geral negativo no mercado de trabalho formal em cinco estados do Nordeste e, entre eles, o RN, que teve a menor perda de vagas, 24 postos de trabalho, quantidade inferior a de Alagoas (-137), Sergipe (-427), Paraíba (-1.717) e Ceará (-3.033).´
O saldo de -24 empregos foi resultado de um maior volume de desligamentos, 15.570, contra um total de 15.546 contratações nos primeiros 30 dias deste ano no Rio Grande do Norte. Em janeiro do ano passado, saldo de empregos no estado foi de 2.412 perdidas.
Apesar de registrar um saldo negativo, as perdas de vagas de emprego no Rio Grande do Norte foram as menores para o mês de janeiro dos últimos dez anos. Com exceção de janeiro de 2014 e de 2021, quando a abertura de novas vagas foi de 1.224 e 1.802 postos de trabalho respectivamente, o primeiro mês de cada ano foi marcado por um volume de vagas encerradas acima 697 empregos. Somente em janeiro do ano passado, as perdas de postos de trabalho foram de 2.412 vagas.
Apodi teve maior déficit
Numa análise mais detalhada, o Mapa do Emprego do Sebrae revela onde ocorreu a maior retração do mercado de trabalho e o município de Apodi lidera a lista. Foram 241 vagas encerradas. Já a capital potiguar fechou 184 postos de trabalho, seguida de Mossoró, onde a disponibilidade de emprego reduziu em 113 vagas. Houve diminuição também em Areia Branca (-70) e Baraúna (-68).
A boa notícia é que, em contrapartida, alguns municípios potiguares registraram abertura de novas vagas. Os volumes mais significativos foram em Alto do Rodrigues e Serra do Mel. Ambos criaram em janeiro 113 novos postos de trabalho. Já Assú abriu outras 81 novas frentes de trabalho, semelhante à Canguaretama, que abriu 80 novas vagas, e São Gonçalo do Amarante, responsável pela abertura de 69 novos empregos.
Mesmo com um resultado abaixo do zero, algumas atividades econômicas no Rio Grande do Norte aumentaram as admissões. O setor de serviços foi o que mais contratou e demitiu menos. Foram criadas 670 novos empregos, com destaque para o microssegmento dos serviços combinados para apoio a edifícios, sem incluir condomínios. Outro setor que apresentou desempenho positivo foi o da construção civil, que gerou 267 novas vagas, impulsionada pelas atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural. Já a indústria abriu 39 novas vagas.
Por outro lado, o comércio teve uma baixa de 175 vagas. Somente no varejo de artigos de vestuário e acessórios, foram encerradas 221 vagas. O setor agropecuário a perda de vagas chegou a 825 postos, principalmente na área de cultivo de melão, responsável por um saldo negativo de 575 empregos em janeiro.
Autor(a): Redação
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
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