12 MAR 2021
Em entrevista coletiva na manhã de hoje (15), pesquisadores do Lais (Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde), da UFRN, alertaram:
- Sempre que houve eventos durante a pandemia, como o cCarnaval, o número de óbitos e de contaminados aumentou.
O grupo apontou que a região metropolitana de Natal é o principal epicentro da pandemia no RN, e que os dados indicam a urgência de medidas restritivas, "sobretudo com o aumento dos índices de internação, de transmissibilidade e de óbitos".
Até o momento da coletiva, o número de óbitos no RN era de 3.829, mas no final da manhã, a Sesap (Secretaria Estadual de Saúde) atualizou os dados parciais e o número já tinha subido para 3.857, com cinco mortes nas últimas 24 horas.
Para efeito de comparação, explicaram que o número é maior que a população de municípios potiguares como Venha-Ver, Paraú e Tibau.
Destacou o diretor executivo do Lais, Ricardo Valentim:
- Hoje temos 17 hospitais com 100% de ocupação dos leitos críticos. Neste cenário, é preocupante falarmos sobre flexibilizar medidas restritivas. Não é nada confortável a situação. Hoje o cenário é grave.
Complementou:
- A partir do dia 8 de fevereiro, os dados apontam que há um crescimento nos números de internação de não idosos. Isso é preocupante, porque cada vez mais os jovens estão sujeitos ao vírus.
O pesquisador Leonardo Lima falou sobre medicamentos, como ivermectiva e hidroxicloroquina:
- No início da pandemia houve um trabalho no sentido do reposicionamento de certos medicamentos para tratar a covid-19. Um ano depois, há diversos estudos atestam que estes medicamentos usados há um ano não têm eficácia contra o coronavírus. Isso é um dado atestado e comprovado. O mundo inteiro está investindo em vacina, porque a vacina é a única forma para que tenhamos uma retomada segura das atividades.
Maior transmissibilidade
A infectologista Mônica Bay falou sobre as novas variantes do coronavírus no aumento do número de casos, que "apresentam maior capacidade de transmissão”.
Sobre vacina, alertou:
- A vacina começa a apresentar melhores resultados 14 dias após a aplicação da segunda dose. Assim, mesmo após vacinado, o indivíduo deve manter os cuidados, evitando assim a proliferaçãodo vírus. Quanto mais o vírus circular entre a população, maior a possibilidade de surgirem novas mutações. Devemos continuar realizando o uso de máscaras, a higienização das mãos, não compartilhar objetos, fazer o distanciamento social e, em caso de suspeita de infecção, iniciar imediatamente o isolamento.
Autor(a): Eliana Lima