21 AGO 2025
A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou mais de 300 vídeos no WhatsApp mesmo após ter sido proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de utilizar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
A constatação consta no relatório que resultou no indiciamento de Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no caso envolvendo sanções dos Estados Unidos. O celular do ex-presidente foi apreendido durante as investigações.
Segundo a PF, em 3 de agosto, data de manifestações em apoio a Bolsonaro em várias cidades do país, o ex-presidente enviou a aliados vídeos sobre os atos e também conteúdos relacionados à aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
Na ocasião, Bolsonaro já estava proibido por Moraes de acessar ou utilizar contas próprias ou de terceiros em redes sociais. Para a corporação, o envio das mensagens caracteriza um padrão de atuação semelhante ao de “milícias digitais”.
"A título exemplificativo de demonstração do modus operandi equiparado às milícias digitais, a investigação detalhou o compartilhamento e a dinâmica de algumas das mensagens apresentadas na tabela anterior, referente as manifestações em Salvador/BA, em que as mensagens em questão foram compartilhadas ao menos 363 vezes pelo WhatsApp do ex-presidente", disse a PF.
No relatório, os investigadores afirmam que Bolsonaro deliberadamente burlou as determinações judiciais do STF ao usar o aplicativo de mensagens para difundir conteúdos políticos e mobilizar apoiadores. “Diante da grande quantidade de arquivos, a investigação pontuou os principais conteúdos compartilhados no dia 03.08.2025 pelo investigado Jair Bolsonaro, com o objetivo de utilizar redes sociais de terceiros, para burlar a ordem de proibição a retransmissão de conteúdos imposta pela justiça”, completou.
Autor(a): BZN