09 DEZ 2024
Fiquei curiosa para saber se os mesmos servidores que foram alvo de operação em 2019 por esquema de fraudes fundiárias continuavam atuando no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
A Polícia Federal não explicou esse detalhe. Informou que na operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (9), Dia Internacional Contra a Corrupção, foram presos servidores ocupantes de cargos estratégicos e de direção do Instituto. E que são os mesmos “indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que investigou crimes semelhantes”.
E esse povo foi indiciado por um crime e voltou a agir no mesmo órgão público estadual responsável por coordenar e executar a Política Estadual do Meio Ambiente?
Pois bem!
Além desse envolvimento do antes e hoje, a PF informa que as ações desta segunda foram simultâneas nos estados do Amazonas, Pernambuco e Rondônia. Foi a Operação Expurgare, uma continuação da Operação Greenwashing.
Nesta 3ª fase das apurações, “constatou-se que a organização criminosa contava com a participação de. Esses servidores utilizavam suas posições para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento”.
Os mandados de busca e apreensão e de prisões preventivas, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Manaus/AM, sãi parte das estratégias para desmantelar o esquema criminoso.
Detalha a PF
- A Operação Greenwashing já havia revelado um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea/AM, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.
Entre 2016 e 2018, a organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos. Nos últimos três anos, uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí/AM e Nova Aripuanã/AM.
Por meio das medidas já implementadas, foi possível desarticular financeiramente a organização criminosa, que resultou na descapitalização de quase R$ 1 bilhão. A Polícia Federal reforça que operações como a Expurgare são fundamentais para combater a corrupção, proteger o meio ambiente e responsabilizar os envolvidos em atividades ilícitas.
Denúncias anônimas sobre os crimes em investigação podem ser encaminhadas por meio desse canal aqui. A PF garante o sigilo absoluto e a proteção da identidade do denunciante.
Autor(a): BZN
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