A Polícia Federal informa que prendeu hoje (24) em "João Pessoa/PB, como resultado de investigação conjunta realizada entre Brasil e Itália, o nacional italiano ROCCO MORABITO, em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo STF".

De acordo com a PF, existem "registros da atuação de MORABITO, um dos fugitivos mais procurados da Italia, com o tráfico de drogas entre Brasil/Europa desde os anos 90", e que "encontrou indícios da relação da 'Ndrangheta (uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo) com grupos brasileiros".

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Em junho de 2019, Rocco Morabito fugiu, com mais três comparsas. do Presídio Central em Montevidéu, no Uruguai, onde estava detido desde setembro de 2017.

Durante pelo menos 15 anos, ele viveu no badalado balneário uruguaio de Punta del Este, sob o nome de Francisco Capeletto, e se apresentava como empresário brasileiro que vivia da compra e venda de soja.

Após sua prisão, a polícia uruguaia informou que ele passou alguns anos no Brasil, onde conseguiu passaporte falsificado, e foi para o país vizinho em 2002. 

Trajetória

Conta a imprensa internacional que Rocco começou a se destacar na máfia calabresa ao 25 anos de idade, como braço direito de seu tio Domenico Antonio Mollica, líder da  Ndrangheta. Segundo a polícia italiana, ele fez parte da organização de 1988 a 1994.

Ficou conhecido por um estilo mais discreto e que pregava menos violência entre as famílias. Fez fama por circular entre banqueiros e investidores de Milão. Como conseguia fornecer droga de boa qualidade, ficou conhecido como o 'rei da cocaína' da cidade italiana.

Investigadores da época indicavam que ele conseguiu faturar cerca de 7,5 milhões de euros em pouco mais de 2 meses. Até que no fim de 1994 se tornou um dos homens mais procurados da Itália. 

Em interceptação feita pela polícia, constatou-se que ele negociava quase uma tonelada de cocaína da América do Sul, numa transação de cerca de 8 milhões de euros.

Em anos anteriores, a Interpol lançou lupas sobre ele, diante da organização do envio de um carregamento de 592 kg de cocaína em 1992 e outro de 630 kg da droga em 1993. Nas duas ocasiões, a droga foi enviada do Brasil para a Itália.

O erro

Como diz o ditado de que não existe crime perfeito, em 2017 ele cometeu um erro e preencheu a ficha de matrícula da filha em um colégio na cidade de Maldonado, vizinha a Punta Del Este, com seu sobrenome italiano. Então, a polícia uruguaia descobriu que ele era fugitivo há mais de duas décadas.

Em setembro de 2017, Morabito foi preso em um hotel na capital Montevidéu, para onde tinha se mudado após uma briga com a mulher. Desde então, estava no Presídio Central aguardando uma decisão sobre o pedido de extradição feito pelo governo italiano. Mas fugiu antes e desde então não fora localizado.

Autor(a): Eliana Lima