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Porto Alegre recolhe 180 mil toneladas de resíduos após enchentes

18 DEZ 2024

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Cerca de sete meses após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, incluindo inundações sem precedentes em Porto Alegre, a prefeitura da capital gaúcha contabiliza o recolhimento de 180 mil toneladas de lixo deixado pelas águas. A maior parte, cerca de 130 mil toneladas, acumulada na porta de residências ao longo de semanas até ser retirada, foi destinada de forma definitiva para aterros sanitários. Outras 50 mil toneladas esperam destinação.

Para se ter um ideia do volume de resíduos acumulados durante as enchentes, eles representam cerca de 146 dias de trabalho da limpeza urbana na cidade. Diariamente, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), autarquia municipal responsável pelo serviço, recolhe nas residências cerca de 1.225 toneladas de resíduos. Desse total, 73 toneladas são de recicláveis recolhidos pela coleta seletiva. O restante é composto por resíduos orgânicos e rejeito da coleta domiciliar. Somam-se aos orgânicos e rejeitos os resíduos públicos e as cargas recebidas na Estação de Transbordo, em que se chega a um total de 1.780 toneladas por dia de material enviado para o aterro sanitário.

Esse último montante de 50 toneladas que ainda falta ser destinado adequadamente está alocado em área que a prefeitura chama de bota-espera. Ao longo da crise, foram criados 9 bota-esperas. O único que ainda resta fica na avenida Severo Dullius, no bairro do Sarandi, zona norte de Porto Alegre, uma das áreas mais afetadas pelos alagamentos e a última a secar completamente. Do Sarandi, os resíduos serão encaminhados para aterros em Minas do Leão e Santo Antônio da Patrulha, cidades da região metropolitana.

O prazo para executar o serviço é de 75 dias e o resultado do edital de chamamento público foi divulgado na semana passada. A contratação prevê o fornecimento de equipamentos, caminhões, respectivos operadores e motoristas e mão de obra. Os equipamentos e caminhões trabalharão na remoção completa e transporte de todos os tipos de resíduos, inservíveis, entulhos, lixo, incluindo mobiliário, utensílios, eletrodomésticos, eletrônicos, entre outros, atualmente depositados no local.

Cerca de quatro mil trabalhadores da limpeza se envolveram nesse trabalho ao longo de sete meses. Segundo o diretor-geral do DMLU, a situação na cidade só começou a ser normalizar em meados de agosto, mais de três meses após a catástrofe. Em todo o estado, as enchentes deixaram 183 mortos e 27 desaparecidos. Na capital, foram registradas 5 mortes e um desaparecimentos, mas em toda região metropolitana, incluindo cidades como Canoas, São Leopoldo e Eldorado do Sul, o número de vítimas passa de 50.

Segundo dados do DMLU, dos resíduos domiciliares recolhidos diariamente, 6% são da coleta seletiva. Trata-se de um percentual acima da média nacional, que é de 2,7%, mas com potencial de avançar mais ainda, visto que há aproximadamente 40,5% de materiais com potencial reciclável indo para o aterro sanitário, de acordo com a autarquia.

Além disso, cerca de 408 toneladas de materiais que poderiam ser reciclados são descartadas indevidamente por dia na cidade, o que, além de prejudicar o ambiente, aumenta o custo para a remoção aos aterros.

Autor(a): BZN
Fonte: Agência Brasil



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