09 MAR 2022
Uma semana após o escândalo com o vazamento de vídeos íntimos da sogra consumindo drogas, quarta-feira (2), o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (Solidariedade), pronunciou-se hoje (9), em seu perfil no Instagram.
Disse que ele, a esposa, Juliana, e familiares viveram “alguns dos piores dias da nossa vida”.
Disse que numa semana eles descobriram que seriam país, com a gravidez de Juliana, e na outra a família “foi exposta ao ridículo, ao escárnio público. Intencionalmente”.
Revelou que a esposa não tem convivência com a mãe há mais de 10 anos. A primeira-dama, que após a viralização dos vídeos deletou seu perfil no Instagram, retomou para escrever também a sua mensagem.
Segue a de Bruno:
- O homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.” (Freud)
Essa seria apenas mais uma publicação com um texto de dia da mulher se não fossem as circunstâncias do últimos dias. Há pouco mais de uma semana, vivemos, @julianafcunhalima, eu e nossa família, alguns dos piores dias da nossa vida. A vida é cheia de altos e baixos, ela é como uma grande montanha russa, onde em um dia você pode viver o momento mais feliz da sua vida e, um instante depois, você vive seus piores pesadelos. Foi exatamente isso que a gente provou. Numa semana, @julianafcunhalima e eu descobrimos que estamos esperando nosso primeiro bebê (Deus é bom ♥️), na outra, nossa família foi exposta ao ridículo, ao escárnio público. Intencionalmente.
Decidimos falar abertamente a respeito do que aconteceu porque, apesar da dor, não temos nada a esconder (e nem teríamos como). Além de não termos o que esconder, é preciso, sempre, lembrar que ninguém, além de nós mesmos, é responsável pelas nossas atitudes e escolhas. Da mesma forma, você e eu não podemos ser responsabilizados pelas escolhas e atitudes de ninguém, nem mesmo de um pai, de uma mãe, de um filho (maior de idade) e, muito menos, de um sogro ou sogra.
Nada disso, no entanto, nos surpreende. Não surpreende, mas entristece. Não surpreende, mas dói no coração. Abri este texto citando aquela frase de Freud porque, mesmo em silêncio, sem falar ou postar, tive a oportunidade de ver muita coisa, de receber muitos “prints” - alguns que doem mais pelos autores do que pelo que foi escrito. Vi pessoas usando fotos da minha esposa e das minhas cunhadas com o intuito de atingir ainda mais quem já tinha tantos motivos pra chorar. Vi minha esposa com seis semanas de gravidez chorar duplamente - chorar por não ter a convivência da mãe há mais de 10 anos e chorar por ver a mãe em uma situação tão delicada. Vi o quanto nossa geração está “perdida”, o quanto o amor das pessoas esfriou, afinal, ao invés de estender a mão para ajudar, essas mesmas mãos trabalharam para apedrejar quem já havia caído.
A continuação do texto dele está nos comentários, que você pode conferir no Instagram dele: @brunocunhalima.
O desabafo de Juliana:
- Depois de uma semana bem turbulenta, vim aqui conversar com vocês porque, embora tenha sentido muita tristeza, não tenho nada a esconder e quem me conhece um pouco mais de perto sabe da minha história.
É impressionante como dentro de pouco mais de uma semana, podemos viver momentos e sentimentos tão diferentes e opostos, o dia mais feliz e o mais triste da sua vida. Uma semana após descobrir que estou grávida (❤️), vi meu nome e o nome da minha família serem ridicularizados, vi minha vida e minhas feridas serem expostas sem limites e sem a menor empatia ou respeito, sem ter absolutamente nada a ver com a situação.
É triste ver um familiar, sua mãe, mesmo que você não tenha convivência e tenha deixado de morar com ela desde os 16 anos, numa situação autodestrutiva. A vida por si só se encarrega de trazer as consequências e não precisamos de juízes externos. Não preciso falar sobre o que vivi ao lado das minhas irmãs, mas o fato de não conviver com sua própria mãe já diz muita coisa, e isso, por si só, já dói muito. Precisei amadurecer cedo, precisei entender que por mais que pessoas falhem conosco (e nós com elas), Deus jamais falha e jamais nos abandona. Aprendi cedo que no mundo vivemos aflições mas que Deus está ao nosso lado em cada uma. Tenho um pai maravilhoso e amoroso, tive uma avó excepcional que fizeram de mim o que sou, que foram essenciais na formação do meu caráter e da minha educação.
Tudo que vivemos nos últimos dias deveria ser motivo de orações e misericórdia, jamais de brincadeiras. Nunca. Por muito menos, por exposições muito menores pessoas tiram suas próprias vidas todos os dias. Graças a Deus, tive forças, muito amor e muito apoio para superar esse momento. Infelizmente, outras pessoas, por menos, sofrem aborto devido uma enorme carga de estresse. O #cyberbullying já ceifou tantas vidas e ninguém está imune a isso. Cabe a cada um que usa as redes sociais parar pra refletir: e se fosse comigo? E se fosse meu familiar? Por trás de cada “brincadeira”, difamação, “fakenews”, existem vidas que sofrem. Feliz ou infelizmente, nós iremos prestar contas a Deus por cada um de nossos atos.
O comentário completo você pode conferir nos comentários do perfil da primeira-dama: @julianafcunhalima
Autor(a): Eliana Lima