08 ABR 2020
Professores da UFRN, Jarvis Campos (Departamento de Demografia e Ciências Atuariais) e Karina Cardoso Meira (Escola de Saúde e do Programa de Pós-Graduação em Demografia) fizeram análises sobre a situação de serviços de infraestrutura de saúde dos municípios nordestinos para o enfrentamento à covid-19.
Constataram que o Nordeste apresenta uma série de desafios. Principalmente na escassez de serviços, como baixa quantidade de médicos, respiradores e número de leitos nas unidades de terapia intensiva.
A região, que tem mais de 57 milhões de habitantes, soma pouco mais de 74 mil médicos nos nove estados, o que equivale a uma média de apenas 1,3 médicos por mil habitantes, distribuídos de maneira desigual, favorecendo regiões metropolitanas em detrimento de municípios do interior.
Tiveram como base dados do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes).
Os cálculos apontam que no Brasil existe uma média de 15,6 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes, sendo apenas 7,1 leitos no SUS.
Ou seja: aquém do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que seriam de 10 leitos por 100 mil habitantes.
No RN
A pesquisa indica que no interior do RN existem municípios que não possuem respiradores e leitos de UTI adulta.
Até o momento, há relativa concentração de casos nas capitais e regiões metropolitanas nordestinas, mas a pesquisa aponta indícios de um processo de interiorização das contaminações.
O cenário é preocupante. Muito.
Autor(a): Eliana Lima