04 DEZ 2024
Partidos da Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira (4) uma moção para o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. O projeto veio após o presidente declarar lei marcial e reverter a medida horas depois.
A declaração de lei marcial no importante aliado dos Estados Unidos, na noite dessa terça-feira (3), levou a um impasse com o Parlamento, que rejeitou a tentativa de Yoon de proibir a atividade política e censurar a mídia, enquanto tropas armadas forçavam a entrada no prédio da Assembleia Nacional em Seul.
O principal partido de oposição, o Partido Democrático (PD), pediu que Yoon, que está no cargo desde 2022, renuncie ou enfrente um processo de impeachment. Seis partidos da oposição sul-coreana apresentaram posteriormente um projeto no Parlamento para destituir Yoon, com votação marcada para esta sexta-feira (6) ou sábado.
Também houve divisões profundas no Partido do Poder Popular, de Yoon, e seu líder pediu a demissão do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, e a renúncia de todo o gabinete. Kim ofereceu renúncia, informou o Ministério da Defesa.
Yoon disse à nação, em discurso na televisão nessa terça-feira (3) à noite, que a lei marcial era necessária para defender o país das forças antiestatais pró-Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional livre, mas não citou nenhuma ameaça específica.
Cenas caóticas se seguiram quando tropas tentaram tomar o controle do prédio do Parlamento, embora tenham recuado quando assessores parlamentares os atacaram com extintores de incêndio, enquanto os manifestantes brigavam com a polícia do lado de fora. Os militares disseram que as atividades do Parlamento e dos partidos políticos seriam proibidas e que a mídia e as editoras estariam sob o controle do comando da lei marcial.
Os parlamentares desafiaram o cordão de segurança e, poucas horas após a declaração, o Parlamento da Coreia do Sul, com 190 de seus 300 membros presentes, aprovou por unanimidade uma moção para que a lei marcial fosse suspensa, com a presença de 18 membros do partido de Yoon. Em seguida, o presidente rescindiu a declaração da lei marcial, cerca de seis horas após sua proclamação.
Autor(a): BZN
Fonte: Agência Brasil