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Presidente de Cuba diz que a ordem é combater os revolucionários, diz o jornal 14ymedio

12 JUL 2021

Foto: @14ymedio

A informação é do jornal digital cubano 14ymedio. Diz que o presidente Miguel Díaz-Canel, em discurso na tarde deste domingo (11), “pediu uma guerra civil na ilha” e convocou “os comunistas a tomarem as ruas a partir de agora e nos próximos dias”, diante dos protestos que estão ocorrendo em toda Cuba contra a ditadura.

“Díaz-Canel culpou fundamentalmente a crise que o país atravessa às sanções dos Estados Unidos contra a ilha. Depois de passar vários minutos neste assunto, o dirigente falou sobre os acontecimentos ocorridos neste domingo em vários pontos do país e também se referiu à sua viagem a San Antonio de los Baños”.

Segundo o 14ymedio, “pouco antes da intervenção de Díaz-Canel, a imprensa oficial publicou que o líder havia viajado a San Antonio de los Baños para "trocar com a população". Um morador desse município disse ao que, em sinal de rejeição à visita, eles jogaram uma garrafa plástica de água do telhado para o presidente e sua comitiva e "uma tremenda enxurrada de guarda-costas estava armada e todos fizeram cara de pânico”.

Descreve o jornal:

Com gritos de "Liberdade", "Abaixo o comunismo", "Pátria e vida", "Queremos vacina", milhares de cubanos saíram em protesto nas ruas de San Antonio de los Baños, em a província de Artemisa, neste domingo em meio à forte crise que atravessa o país devido à pandemia e à escassez de produtos básicos”.

De acordo com o 14ymedio, transmissões ao vivo pelo Facebook mostraram moradores por várias ruas centrais da cidade e “gritam com veemência "Não temos medo", "Queremos liberdade", "Somos mais", "Abaixo a ditadura".

A transmissão, entretanto, durou pouco mais de 50 minutos, “até ser repentinamente interrompida, e nas imagens dá para ver as pessoas se juntando enquanto a multidão circulava pelas ruas. Entre os participantes do protesto são notados muitos jovens e também mulheres e crianças”.

Diz que em “vários telefonemas para San Antonio de los Baños, a 14ymedio confirmou que o serviço de conexão à Internet está atualmente interrompido. “Não há acesso a nada, mas as pessoas descobriram muito rapidamente e agora estão tentando chegar ao local do protesto”, explica um morador deste jornal”.

“Vou aderir mas não quero levar o meu telemóvel, caso seja vítima, não o tiram de mim”, acrescenta a mulher que explica estar “em situação desesperadora com esta pandemia, quarentena e falta de comida”.

Ainda segundo o 14ymedio, que está com uma equipe conseguindo divulgar a revolta, depois “que o protesto de San Antonio se tornou conhecido, as ruas de Cuba ficaram fervilhando de gente. Em todas as concentrações, noticiadas em várias províncias como Artemisa, Matanzas, Camagüey, Santiago de Cuba, Cienfuegos e Havana, foram ouvidos gritos de "abaixo a ditadura".

“A equipe 14ymedio está empenhada em fazer um jornalismo sério que reflita a realidade profunda de Cuba. Obrigado por se juntar a nós nesta longa estrada. Convidamos você a continuar nos apoiando, mas desta vez tornando-se membro do nosso jornal. Juntos podemos continuar transformando o jornalismo em Cuba”.

Autor(a): Eliana Lima



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