29 JAN 2025
O Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN) realizou, nessa terça-feira (28), um evento em homenagem ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado no dia 28 de janeiro, em parceria com o Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte (MPT-RN).
O evento, que contou com a participação de várias instituições públicas, da sociedade civil e de movimentos sindicais ligados ao combate ao trabalho escravo, teve como destaque a mesa-redonda “Trabalho Escravo Contemporâneo”.
Em sua fala de abertura, o presidente do TRT-RN alertou que o Brasil “tem números terríveis” em relação ao número de trabalhadores submetidos a essa situação. “Ocupa o 11º lugar no número de vítimas, com mais de um milhão de pessoas. Estima-se que quase 50 milhões de pessoas no mundo estejam submetidas à escravidão moderna.”
Esse tipo de situação, considerada “deplorável” pelo presidente do TRT-RN, gerou, em 2023, “R$ 236 milhões de dólares em lucros ilegais por ano”, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O procurador-chefe do MPT-RN, Gleydson Gadelha, afirmou que “toda a discussão que acontece no mundo do trabalho passa, necessariamente, pela questão da liberdade, e a forma mais brutal de violar esse direito – o trabalho análogo ao de escravo – ainda é uma realidade no Brasil”. Ele acrescentou que o aliciamento de trabalhadores através das mídias sociais é “um grande desafio hoje para o Ministério Público do Trabalho e para todos os envolvidos no combate a essa chaga social”.
A programação do evento foi idealizada pelo Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo, Tráfico de Pessoas e Proteção ao Migrante do TRT-RN, que tem como gestoras as juízas do Trabalho Lygia Godoy e Aline Fabiana Campos.
O evento também contou com o lançamento oficial da cartilha voltada para conscientizar a população sobre os perigos do aliciamento ao trabalho escravo e tráfico de pessoas e com a apresentação do grupo folclórico de São Gonçalo do Amarante "Auto Dramático dos Congos de Combate".
Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo
A data, 28 de janeiro, faz referência a um episódio ocorrido em 2004, quando três auditores fiscais do trabalho e um motorista foram assassinados quando averiguavam denúncias de trabalho escravo em fazendas no município de Unaí, no estado de Minas Gerais.
Autor(a): BZN