17 ABR 2024
Perder alguém querido pode despertar diferentes emoções em cada pessoa. Negação, angústia, raiva e tristeza podem fazer parte de diferentes fases do luto, em diferentes níveis, e o acolhimento correto nesse momento é fundamental para o enlutado, como explica a psicóloga Cristina Hahn, que viveu seu próprio processo quando perdeu sua única filha em 2021.
De acordo com ela, é difícil definir o luto com exatidão. "Alguns autores apresentam definições mais bem aceitas do que é o luto. Maria Júlia Kovács aponta para o luto como um processo de elaboração mediante a perda de pessoas ou coisas nas quais foram criados relação de vínculo. De maneira semelhante, Willian Worden apresenta o luto como resultado da perda do objeto que age sobre o enlutado evocando comportamentos, sentimentos e emoções a fim de reestabelecer o elo com o objeto perdido", explica.
Em 1969, a psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross estabeleceu os cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Segundo Cristina Hahn, nem todas as pessoas passam por todos os estágios e eles têm intensidades e tempo diferentes para cada um. "O luto não tem um prazo definido e pode levar semanas, meses ou até anos. Na minha humilde opinião baseada em experiência própria, o luto não acaba, você se expande para ele caber. E durante esse processo, podemos experimentar uma ampla gama de emoções, como tristeza, raiva, culpa, solidão e desesperança. Com o tempo, vai aprendendo a viver com esse novo 'morador' internalizado por nós", afirma.
Na empresa Vila, que atua há 75 anos no mercado funerário, o tema é trabalhado constantemente, de forma educativa, nos canais de comunicação, como site e Instagram. Além disso, a empresa prioriza o acolhimento e humanização no atendimento aos clientes em um momento delicado como a perda de um ente querido para que as homenagens e a despedida ajudem na elaboração do luto.
A psicóloga ainda explica que o enlutado pode sofrer impactos da perda em sua saúde mental, já que o processo envolve uma série de emoções intensas e desafiadoras, que podem evoluir para depressão, ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, transtornos alimentares e abuso de substância. Para quem está passando pelo luto, ela destaca a importância de um suporte emocional, tanto da família e amigos, quanto de profissionais.
"É muito importante que o enlutado procure um psicólogo para que, com a terapia, ele possa elaborar melhor seus sentimentos. Na minha experiência, sinto que de alguma forma eu morri com minha única filha e fui conduzida para um renascimento numa versão totalmente 'modificada'. Poderia arriscar dizer que é uma 'atualização' de si, com valores reafirmados, crenças desconstruídas e novo sentido para nos dar direção. Então é importante que as pessoas que estão passando por um processo de luto recebam o suporte necessário, tanto emocional quanto prático", conclui Cristina Hahn.
Autor(a): BZN
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