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Profissões inusitadas e de maioria masculina não impedem protagonismo feminino

07 MAR 2024

Foto: Divulgação

Dia internacionalmente conhecido pela luta em prol dos direitos das mulheres, o oito de março é, para muitas delas, mais sobre luta por igualdade e respeito do que sobre homenagens e ganhar rosas. Dados do 3º trimestre de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o Brasil contava com 89,6 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 47,9 milhões faziam parte da força de trabalho.

O grande número de mulheres no mercado de trabalho é uma amostra do perfil moderno e engajado que elas representam, com mais independência e protagonismo na sociedade. Seguindo esta linha está a tanatopraxista Andréia Alves do Nascimento, que atua no cemitério, crematório e funerária Morada da Paz, na Grande Natal. A empresa é parte do Grupo Morada e tem 48% de mulheres entre a população de colaboradores, sendo 152 delas atuando no RN.

Com grande responsabilidade, uma vez que prepara pessoas falecidas para as cerimônias de velório e sepultamento, Andréia desempenha seu trabalho de forma segura e firme. “Embora tradicionalmente a Tanatopraxia tenha sido dominada por homens, nos últimos anos tem havido uma crescente presença de mulheres. Acreditava-se que os serviços de cuidados dos estavam relacionados à força física, entretanto foi-se evidenciando que a profissão está relacionada a uma habilidade técnica específica, bem como a uma forte capacidade emocional em lidar com a morte, que independem de gênero”, explica Andréia.

Para a customer success (agente de sucesso do cliente) Paula Marques, da empresa de tecnologia natalense Faceponto, apesar de ser um mercado com a presença majoritária dos homens, não foi difícil para ela conquistar seu lugar nesse espaço concorrido. "Sinto uma grande responsabilidade quanto à pauta da representatividade dentro das minhas atividades e me sinto muito acolhida e respeitada por todos os colegas pelo meu profissionalismo", afirma Paula. Nesta função exercida por ela, que ainda é pouco estudada em virtude do seu surgimento recente, o LinkedIn fez uma pesquisa em 2022 e mostrou que 64% das entrevistadas enxergavam a possibilidade de sucesso atuando como customer success, contra 34% dos homens.

Desafios profissionais

Para ambas, os desafios do dia a dia profissional não são intimidadores. Elas acreditam que é possível utilizar características tidas como femininas para mostrar que são capazes de fazer qualquer coisa. “A mulher tem a fama que consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, não é? Não deixa de ser verdade… Como mulheres, podemos sim realizar a atividade que quisermos, pois somos tão competentes quanto os homens”, reforça Paula.

“Geralmente, a mulher demonstra uma maior sensibilidade naquilo que faz e algumas famílias sentem-se mais confortáveis com uma de nós cuidando de seus entes queridos falecidos. Esse pensamento, que se concretiza no cotidiano profissional, contribui para o aumento da demanda de tanatopraxistas mulheres”, acredita a tanatopraxista.

Em realidades pessoais e profissionais distintas, por estarem em segmentos tão singulares, Andréia e Paula têm em comum o fato de lidarem com pessoas. Outro fator que as une é o de encontrar apoio de suas respectivas empresas para desenvolverem seus papéis profissionais. “Muito do que eu faço todos os dias, e a forma como me realizo, está no fato de que encontro no Morada da Paz um espaço propício para meu crescimento profissional, sem barreiras por gênero ou quaisquer outras”, celebra Andréia.

Segundo Paula, o desejo é de que mais mulheres tenham mais oportunidades. “Sei que minha experiência não é a mesma de outras mulheres, uma vez que na Faceponto meu trabalho nunca deixou de ser reconhecido. Celebro isso e desejo que mais e mais mulheres possam ter seu talento, seus esforços e dedicação reconhecidos no mercado de trabalho”, finaliza a customer success.

Autor(a): BZN



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