Justiça

PT pede ao STF investigação contra Tarcísio por suposta obstrução de Justiça

12 JUL 2025

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de Moraes apure a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no contexto da recente crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, deflagrada após o anúncio de aumento de tarifas por parte do presidente norte-americano Donald Trump.

Na representação, o PT alega que Tarcísio teria atuado como "elo institucional" em uma suposta tentativa de interferência judicial. Segundo o partido, o governador teria feito contato com ministros do STF para tentar obter autorização para que o ex-presidente Jair Bolsonaro deixasse o país e viajasse aos Estados Unidos. O objetivo da viagem, de acordo com o texto, seria negociar com Trump a suspensão das tarifas impostas a produtos brasileiros, condicionando-a à absolvição de Bolsonaro em processos judiciais.

Para os petistas, o caso configura “possível crime de obstrução da Justiça”, ao tentar interferir em medidas cautelares que já foram impostas ao ex-presidente, como a retenção de seu passaporte. “O gesto é grave: um chefe do Executivo estadual tentando liberar a saída de um réu investigado por tentativa de golpe, para que este se encontre com o líder da pressão internacional contra o Brasil”, afirmou o documento.

O partido argumenta que, ainda que o pedido não tenha sido formalizado, o simples contato com integrantes da Corte já configuraria uma tentativa de interferência indevida no Judiciário. “Na prática, Tarcísio não apenas expressou a chantagem — ele teria atuado para materializá-la. Ainda que não tenha formalizado o pedido, o simples contato institucional revela disposição de violar a legalidade, pressionar a Corte Suprema e fragilizar o processo penal em curso”, apontou a petição.

O PT também sustenta que o episódio deve ser entendido como uma forma de “fragilizar o processo penal em curso” contra Bolsonaro, e que a atuação do governador deve ser considerada como colaboração com uma organização criminosa transnacional, além de abuso de autoridade.

Por fim, o partido solicita que o Ministério Público seja formalmente informado dos indícios de condutas criminosas atribuídas a Tarcísio de Freitas e defende que a eventual investigação continue sob responsabilidade do STF, mesmo diante da prerrogativa de foro do governador junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), devido à conexão direta com a Ação Penal 2668.

Autor(a): BZN



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