20 OUT 2023
Por duas vezes que estive na sala da presidência da Câmara Municipal de Natal, chamou-me atenção quem era àquele jovem tão cheio de procedimentos estéticos e mal educado.
Apesar da sala repleta de convidados para solenidade no plenário, entre eles autoridades estaduais, o rapaz não cumprimentou ninguém, com o nariz do tipo empinado. Não apenas por conta do bisturi.
Procurei saber quem era. Impressionada por entrar e sair da presidência com tanta propriedade. E por sua falta de educação. Pois bem, a identidade: é vereador pelo MDB. Está no segundo mandato. No primeiro, pelo Podemos, obteve apenas 2.577 votos. Nas duas vezes ainda não era presidente.
E eis que no final da tarde dessa quinta-feira (19) encontro com ele no Real Botequim, em Petrópolis. A impressão de mal educado confirmou-se. Do nariz empinado, idem. Seus colegas levantaram, como reza o bom tom da gentileza, para cumprimentar a gentil jornalista que foi até a mesa cumprimentá-los. No caso, euzinha. Ele sequer disse boa tarde.
Observei que ele consegue ser conhecido apenas entre os pares na Câmara de Natal, onde alcançou a cobiçada presidência do parlamento. Da mesa em que estava ao banheiro, percorreu algumas vezes. Nenhuma cumprimentou algum dos clientes. Dessa vez porque era desconhecido mesmo.
Pois é. O mero desconhecido e irrelevante vereador é presidente da Câmara que você paga a conta. Foi eleito pela primeira vez na plataforma do tio, então influente pastor Antônio Jácome, ex-vereador, deputado estadual, vice-governador do RN, deputado federal.
E Ériko continua desconhecido. Mas, acha-se o Cara. Importante. E nós achamos soberbo. Mesmo que desconhecido. Porque a juventude misturada a procedimentos estéticos chama bem atenção. Talvez.
E o não relevante vereador-presidente tenta dar passos mais largos. Seu nome tem sido lembrado para a disputa pela Prefeitura de Natal em 2024. Deve ser lembrado pela estratégia do sonho dele. Decerto. Mas. Se chegou a presidente do parlamento da capital dos magos-desatenciosos, mesmo desconhecido, quem sabe, né?
É.
Autor(a): Eliana Lima