Política

Refugiados venezuelanos se alimentam apenas uma vez por dia em Mossoró. Bebê de 11 meses morreu de desnutrição

01 AGO 2023

Foto: Jornalismo TCM - Nathan Filgueira/ Nathália Rebouças.

Tanto se denunciou sobre a trágica situação de desnutrição e mortes de crianças da Reserva Yanomami, em janeiro, inclusive com resgate por aviões da FAB e visita do presidente Lula à área.


A terrível situação das crianças yanomamis, entretanto, começou a ficar insustentável em 2015, sem ações efetivas para solucionar. E, se se observar, já está na fase de assunto esquecido, enquanto a tragédia continua.


E não precisa ir longe para ver a terrível situação que vivem crianças e adultos que fugiram da Venezuela, massacrada pela ditadura de Maduro, mas que o brasileiro Lula nega em afirmação de que são “narrativas”.


Pois bem


Vejam a situação em Mossoró, na matéria assinada por Ayrton Silva para a TCM:


- Apenas uma refeição ao dia, essa é a realidade de mais de 70 venezuelanos indígenas da etnia Warao refugiadas em Mossoró.

Há pouco mais de uma semana, um bebê de 11 meses morreu por complicações ocasionadas por desnutrição. Eles vivem em um abrigo improvisado sem condições mínimas de sobrevivência.


No local, não tem geladeira ou fogão. Há lugares improvisados para fazer a comida, armazená-la, nem pensar. A antropóloga Eliane Anselmo, acompanha a situação vivenciada pelos refugiados. “Eles vivem apenas com o Bolsa Família, mas o valor não é suficiente. Eles têm a prática da coleta, na nossa cultura é mendicância”, ressaltou. 


Ainda de acordo com ela, os indígenas possuem uma dieta diferenciada, “eles não comem alguns itens da cesta básica, como por exemplo carne vermelha, faz parte da cultura deles”. 


A fundadora do “Lar da Criança Pobre”, irmã Hellen, conta que ofereceu provisoriamente o espaço para apenas uma família, em seguida outras foram surgindo. “Levamos uma família para nossa antiga escola, onde tem água e luz, estava tudo ok. 
Durante a semana, duas ou três vezes algumas pessoas vão fazer a limpeza”, conta.


O Ministério Público do Rio Grande do Norte e a Defensoria Pública já entraram com ação contra o município de Mossoró, para que seja providenciado um abrigo adequado para os refugiados e que seja prestada também a atenção social necessária ao grupo.


“O Ministério Público e a Defensoria Pública já visitaram o abrigo e tiveram ciência das condições precárias de vida do grupo na cidade. São duas ações em curso na Justiça Federal contra o município de Mossoró, para prestar assistência aos Warao”, diz a professora.

Autor(a): BZN



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