A situação de fome nesse período de isolamento social diante da pandemia do coronavírus está se agravando, principalmente no interior do Rio Grande do Norte.

Não precisa ir muito longe da capital. Bastar seguir pela BR-101 em direção ao destino turístico mais famoso do estado: Tibau do Sul, onde fica a badalada Praia da Pipa.

Lugar de efervescência de visitantes do mundo todo, a economia informal é o sustento da grande maioria. Também os equipamentos de turismo, que estão fechados.

A situação é desesperadora. E não há orientações de isolamento e tratamento para suspeitos de infecção. 

Pior: os poderes públicos não se manifestam. Desde o prefeito Antônio Modesto aos seus secretários. Idem, vereadores. 

O cenário só não está mais caótico porque empresários se uniram para ajudar aos mais necessitados, que não tem um pão sequer. Muito menos o café. Estão arrecadando dinheiro para comprar e distribuir cestas básicas.

Uma das reivindicações de empresários é que o prefeito determine a paralisação das obras de um ginásio no município, que está sendo recuperado com recursos próprios, e destine o dinheiro, R$ cerca de R$ 600 mil, para ações de enfrentamento a esse inimigo invisível que provoca uma doença mortal chamada covid-19. 

Mas, e os poderes constituídos?

S.O.S.

A pediatra Jacy Andrade, que atende em Pipa, sugeriu:

- Eu penso que o município deveria fazer um levantamento dos idosos e de pessoas com doenças crônicas e de suas condições para isolamento. Com este levantamento, pode-se avaliar a possibilidade de, com os recursos enviados pelo Ministério da Saúde, construir alojamentos para o isolamento destas pessoas para que possamos programar a volta ao trabalho dos mais jovens que se encontram nesta difícil situação com que estamos lidando. Proponho também que estas pessoas sejam testadas  para o Covid antes de serem encaminhadas para isolamento. 

Autor(a): Eliana Lima