Saúde

Saia do Molhado: campanha da SBU-RN alerta sobre incontinência urinária

12 MAR 2025

Foto: SBU-RN

No mês de março, a Sociedade Brasileira de Urologia do RN (SBU-RN) e todas as seccionais do país alertam a população sobre a incontinência urinária, com a campanha Saia do Molhado. A finalidade é conscientizar a população acerca das possibilidades de tratamento para essa condição que afeta homens e mulheres de variadas idades.

“É um problema que afeta crianças, homens, mulheres e idosos. Desde xixi na cama, que no caso das crianças, mulheres com incontinência urinária por esforço, homens com bexiga hiperativa, idosos com doenças neurológicas e outros processos inflamatórios. Todas essas condições são extremamente vexatórias, dificultando inclusive os contatos sociais das pessoas, de saírem de casa, de participarem de esportes. Então, procure seu médico, vá ao urologista, e todas essas condições são passíveis de tratamento, de cura e de controle para que essas pessoas possam voltar a ter vida social”, alerta o presidente da SBU-RN, Rafael Pauletti.

Segundo a International Continence Society, a incontinência urinária é a perda involuntária de qualquer quantidade urina – o que revela ser um problema bem mais frequente do que se pensa. Entretanto, é comum as pessoas pensarem que é algo distante, que só atinge uma determinada idade ou sexo. Esse é um problema que impacta negativamente a vida social do indivíduo, até nas atividades simples e corriqueiras, levando à vergonha e aceitação em silêncio da condição. Até mesmo por traços culturais, por exemplo, há mulheres que aceitam como normal a perda de urina e por isso não procuram tratamento. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária acomete duas vezes mais as mulheres do que os homens, e cerca de 30-40% das mulheres com mais de 40 anos apresentam algum grau da doença. Apesar da idade ser um fator de risco importante – pois estima-se que pessoas a partir dos 70 anos têm quatro a cinco vezes mais chances de apresentar escapes de urina – a SBU alerta que a incontinência urinária não deve ser encarada como normal em nenhuma faixa etária, e que o paciente deve buscar tratamento adequado.

“A idade é um dos principais fatores de risco, juntamente com a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo. Além disso, algumas doenças neurológicas também podem levar o indivíduo a ter mais chance de perda urinária”, aponta o urologista e vice-presidente da SBU-RN, Pedro Sales. Falando ainda sobre as formas de tratamento, ele explica que a avaliação é feita por uma equipe multidisciplinar e as possibilidades de tratamento são variadas, desde medicações a cirurgias. 

“A incontinência urinária, basicamente, pode ser tanto de esforço como de urgência. No caso da incontinência urinária aos esforços, uma das principais formas de tratamento é a cirurgia de sling, em que se coloca uma ‘telinha’ para elevar a uretra e aumentar a resistência uretral aos esforços abdominais. Dessa forma, eliminando a perda de urina aos esforços. E no caso das incontinências urinárias de urgência, conhecida também por síndrome da bexiga hiperativa, além dos tratamentos fisioterápicos e medicamentosos, nos casos refratários nós podemos utilizar uma terceira linha de tratamento, que é a injeção intravesical, ou seja, na bexiga, de toxina botulínica, o mesmo botox que se faz para tratamentos estéticos. Há ainda uma cirurgia chamada de neuromodulação sacral, onde através de um aparelhinho que cabe na palma da mão, a gente estimula o nervo da bexiga, fazendo uma neuromodulação e diminuindo os sintomas de frequência urinária”, falou Sales acerca das possibilidades de tratamento.

Essa é uma condição que afeta também a saúde emocional das pessoas que convivem com ela, por gerar limitação das atividades do dia a dia e isolamento social. A campanha da SBU-RN visa desmistificar essa questão e mostrar à sociedade que a incontinência urinária tem tratamento, controle e, em muitos casos, cura. O tratamento varia de acordo com as especificidades de cada paciente, como a causa e a gravidade do problema, e pode incluir fisioterapia, medicações, procedimentos minimamente invasivos e cirurgias.

Autor(a): BZN



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