“Cuide, você só tem um!”. Esse é o tema da campanha de conscientização e prevenção ao câncer de pênis que a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e suas seccionais de todo o país estão promovendo durante todo o mês de fevereiro. A campanha tem a finalidade de alertar para os dados alarmantes da doença que, na maioria dos casos, poderia ser facilmente evitada apenas com a correta higienização do órgão e outras medidas simples.

A Sociedade Brasileira de Urologia do RN (SBU-RN) vai promover diversas ações no intuito de ampliar informações sobre prevenção à doença, incluindo divulgações em mídias sociais e entrevistas em veículos de imprensa. Também vai realizar um mutirão de cirurgias de postectomia ou fimose para prevenção ao câncer de pênis. O procedimento consiste na remoção cirúrgica do excesso de pele do prepúcio, o que possibilitará ao paciente uma melhor higienização do órgão, evitando assim uma das principais causas do acometimento da doença.

“Esse é um tipo de tumor que pode ser evitado por meio de ações simples. Entre as principais medidas, estão: higiene adequada do pênis, vacinação contra o HPV, cirurgia de postectomia – recomendada para os pacientes que não conseguem puxar o prepúcio para trás para expor a glande, a fim de higienizá-la – e uso de preservativos durante relações sexuais para evitar ISTs. Essa campanha é de suma importância porque, apesar de ser uma doença evitável, o câncer de pênis ainda causa mutilações e mortes no Brasil”, enfatiza Rafael Pauletti, urologista e presidente da SBU-RN.

Números obtidos pela SBU junto ao Ministério da Saúde mostram que, de 2015 a setembro de 2024, foram registradas mais de 22,2 mil internações em decorrência da doença no país. Ainda, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, de 2014 a 2023 foram registradas 4.502 mortes em razão do câncer de pênis.

Outra consequência da doença são as mutilações. Quando diagnosticado tardiamente, uma das formas de tratamento da doença pode ser a amputação de parte ou totalidade do órgão. Números do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde apontam que, nos últimos dez anos, foram mais de 5,8 mil amputações, o que corresponde a uma média de 585 pênis amputados por ano.

Sintomas e fatores de risco

A maior incidência do câncer de pênis costuma ocorrer em homens a partir dos 50 anos, mas ele também pode acometer os mais jovens. Os sinais comuns da doença geralmente são: ferida que não cicatriza; sangramento sob o prepúcio; secreção com forte odor; espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis); e presença de nódulos na virilha. 

E entre os fatores de risco estão: baixas condições socioeconômicas; higiene inadequada da região íntima; fimose; infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano); e tabagismo.

Autor(a): BZN