29 SET 2020
Durante a Operação S.O.S, deflagrada hoje (29) pela Polícia Federal (PF) no Pará, foram presos, temporariamente, dois secretários de governo e um assessor do governador Helder Barbalho, informa a Agência Brasil.
Os agentes também realizaram buscas e apreenderam documentos no gabinete do governador.
Secretários detidos:
Parsifal de Jesus Pontes (Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia) e Antonio de Pádua (Transportes).
O assessor é Leonardo Maia Nascimento.
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Cumprimento também de outros mandados de prisão temporária e preventiva no Pará e no estado de São Paulo.
Em nota, a PF informou que a operação é resultado de uma investigação que apura a suspeita de desvio de recursos públicos na área da Saúde.
Desvio que teria ocorrido entre agosto de 2019 e maio de 2020, por meio da contratação, pelo governo estadual, de organizações sociais (oscips) que assumiram a gestão de unidades hospitalares, entre elas os hospitais de campanha montados em regime de urgência devido à pandemia da covid-19, diz a ABr.
“Ao menos doze contratos que o governo do Pará assinou com as organizações ligadas aos investigados estão sob suspeita. Somados, estes contratos ultrapassam o valor de R$ 1,28 bilhão. Além de ocupantes de cargo de confiança do governo paraense, há, entre os suspeitos, empresários e operadores financeiros”.
Continua a ABr:
O próprio governador, segundo nota da PF, Helder Barbalho, é alvo da investigação – embora não seja alvo de mandado de prisão. "Os investigados são empresários, o operador financeiro do grupo, integrantes da cúpula do governo do Pará, além do próprio Chefe do Poder Executivo Estadual."
No Pará, a ação foi autorizada pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que expediu 12 mandados judiciais de prisão temporária e 41 de busca e apreensão.
A operação ocorre também em São Paulo, onde as Varas de Justiça de Birigui e de Penápolis concederam outros 64 mandados de prisão temporária e 237 de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos com o apoio da Polícia Civil. Além disso, ao menos um mandado está sendo cumprido em Goiânia.
Se a suspeita de crimes contra os cofres públicos for comprovada, os envolvidos responderão por fraude em licitações; falsidade ideológica; peculato; corrupção passiva; corrupção ativa; lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em nota, o governo estadual se limitou a comentar que apoia qualquer investigação cujo objetivo seja proteger o dinheiro público. Procurado pela Agência Brasil, o governador Helder Barbalho ainda não se pronunciou sobre a ação policial.
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com os advogados dos secretários e do assessor detidos nesta manhã.
Autor(a): Eliana Lima