23 FEV 2022
Viraliza nas redes sociais um vídeo em que aparecem militares índios e paquistanês em performances elaboradas. Muitos riem. Poucos sabem o motivo.
Pois bem
Trata-se da cerimônia de fronteira indo-paquistanesa, que agora tem a atuação do povo, com o abaixamento das bandeiras na fronteira Attari-Wagah.
É a "Batida em Retirada", que acontece diariamente, uma hora antes do pôr-do-sol, entre as forças de segurança da Índia (Força de Segurança da Fronteira, BSF) e do Paquistão (Rangers), que atuam em conjunto desde 1959, caracterizada pela rapidez e por manobras de levantar as pernas o mais alto possível.
Uma forma de simbolizar a rivalidade entre os dois países e também a fraternidade e a cooperação entre essas nações.
A fronteira Attari-Wagah era a única ligação rodoviária entre esses dois países antes da abertura da Aman Setu na Caxemira, em 1999.
A cerimônia já foi mais formal e com caráter beligerante de rivalidade. Mudou a partir da decisão da maior autoridade dos Rangers do Paquistão de que o aspecto agressivo fosse atenuado.
E a BSF incorporou mulheres em sua força e elas também participam da cerimônia. O que não acontece com os rangers do Paquistão, de maioria muçulmana.
Duas vezes por semana, turistas e civis indianos também podem participar da solenidade correndo com bandeiras e dançando músicas populares.
No lado paquistanês, menos festivo e com menos espectadores, apenas um jovem faz a participação civil na celebração.
As arquibancadas indianas comportam até 25 mil pessoas, já na paquistanesa são 5 mil lugares.
Em tempo
O evento atrai muitos turistas, mas não está livre de riscos, principalmente do lado paquistanês.
Em 2 de novembro de 2014, por exemplo, um jovem-bomba de 20 anos detonou um explosivo de 5 kg em seu colete a 500 metros do portão da fronteira, do lado paquistanês, deixando cerca de 60 pessoas morreram e pelo menos 110 pessoas ficaram feridas.
Autor(a): Eliana Lima