Política

Styvenson será candidato ao governo do RN? Conversei com o senador sobre a possibilidade

01 AGO 2022

Diante do prazo para a realização de convenções partidárias, que termina sexta-feira (5), para a oficialização de candidaturas rumo ao pleito de outubro, passei mensagem de WhatsApp para o senador Styvenson Valentim (Podemos) questionando sobre sua possível candidatura ao governo do Rio Grande do Norte.

Não demorou, ele tocou o meu WhatsApp. Com chamada de vídeo. Fiquei surpresa, achando que era engano, e ele disse que era de vídeo mesmo, porque prefere tipo conversa tête-à-tête para que não deixem dúvidas.

Estava com vários papeis. Eram planilhas e informações sobre a situação econômica e social do estado potiguar. Disse que está dissecando o cenário do governo para saber se tem condições de realizar um governo que coloque o estado nos trilhos. Não quer fazer como os políticos que há anos seguidos vêm prometendo desenvolvimento que não cumpriram.

Afirma que quando entrou no Senado em 2 de fevereiro de 2019 foi com a única intenção de cumprir honrosamente o mandato. Não tinha plano de outra candidatura. Sabe das diferenças entre as ações dos poderes e é consciente do cumprimento de seu dever com o que reza o Legislativo [projetos de leis, comissões, votação, parte orçamentária e a parte administrativa de gabinete]. O que ainda não tem sobre o Executivo. 

Sobre a parte orçamentária de gabinete, falou sobre o enxugamento de gastos que promoveu, que já somam economia de quase R$ 8 milhões. "Uns dizem que eu sou besta porque eu faço isso, outros dizem que eu deveria tá gastando, aqui no Senado mesmo, senadores", conta.

Continua

- Meu plano era acabar em 2027 (mandato), da forma como entrei, bem limpo, bem limpo, mas no meio do caminho tiveram os pedidos das pessoas (governo). Como eu disse, o fato de eu não ter criado nenhum tipo de expctativa, preparo ou intenção, desejo de concorrer a governo, e até mesmo pelo meu isolamento político, eu não tenho nem pessoas para contribuir para que isso ocorra de forma natural, ou senão de forma mais segura, como os outros candidatos. Os outros candidatos estão aí, se aglomeraram com políticos pesos-pesados da política norte-rio-grandense. Eles estão de um lado ou estão do outro, e do meu lado, quem? Deus, 15% da população (porcentagem que aparece em pesquisas, mesmo sem ele cogitar candidatura) e minha mãe. Quem está do meu lado [politicamente]? Ninguém. 

Segue:

- Eu fico lisonjeado quando pessoas confiam em mim, e às vezes eu sinto a vontade de fazer essa pergunta: por quê? Por que confiam tanto em mim assim? Então, até agora eu só fiz o meu trabalho, o que é natural, agir com retidão, fazer a coisa correta. É tão natural pra mim como acordar, dormir, comer, tomar água. 

O momento esperado:

- Mas aí eu não posso mentir para as pessoas. Estou aqui desde ontem, sem dormir direito. Fui dormir 4h da manhã e acordei às 7h para vir pra cá e ver tudo isso (informações sobre o cenário do RN), já que eu não tinha planos (governo) e não me programei pra isso, de ter conhecimento nessas duas áreas específicas, principalmente essas duas bases, que são o que sobrecarregam o orçamento do nosso estado, toda a arrecadação, o que consome, que é a folha de pessoal, justamente as despesas correntes, e o que resta para investimentos. Então, estou aqui analisando, não vou mentir pra senhora e pra ninguém, não. Se eu não tiver capacidade, se eu não tiver segurança, se eu não tiver o mínimo de certeza que a gente pode colocar o nosso estado no eixo de evolução, de tirar do buraco que deixaram, não vou me submeter a isso não de enganar as pessoas e enganar a mim mesmo. Eu não posso enganar a mim mesmo, né, se eu não for convencido pelo que estou lendo aqui, estudando aqui, vendo o que a gente pode fazer. Depois que não posso mentir para as pessoas prometendo o que todo mundo prometeu e nunca fez, oferecer melhores serviços, melhores vidas, melhor geração de emprego, melhor estado. Então é isso, quando eu concluir aqui (estudos e análises), aí eu terei essa decisão (candidatura ao governo).

Pois bem

E sobre a convenção, que o prazo termina no próximo dia 5? Styvenson disse que vai aproveitar o máximo de tempo que tiver, para se debruçar enquanto puder sobre a situação do estado.

Caso seja candidato, quem será o seu vice?

Styvenson ainda não tem nome definido, mas afirma que será do Podemos. Chapa puro-sangue.

E para o Senado?

Também afirma que será do seu partido. 

Assegura que não recebeu nenhum contato com a governadora Fátima Bezerra e de nenhum interlocutor. Segundo o senador, nenhum político é próximo dele, conversa com ele. Ou seja, é isolado politicamente. Conta apenas com a vontade do eleitor. Somente.

Autor(a): Eliana Lima



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