Nacional

Superintendente do Sebrae defende MPE como saída para a crise

22 ABR 2020

Foto: Reprodução

Um dos assuntos abordados na reunião remota de hoje (22), da Comissão de Enfrentamento ao Conoravírus da AL-RN, foi a dificuldade de micro e pequenas empresas conseguirem uma linha de financiamento nas instituições financeiras para minimizar o impacto gerado pelas medidas de restrições de circulação em função do novo coronavírus (covid-19.

Além dos deputados estaduais, participou o diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, convidado para sobre a questão do impacto do cenário atual junto aos pequenos negócios.

O segmento das micro e pequenas empresas é relevante para a economia do estado, por representar cerca de 40% da composição do Produto Interno Bruto (PIB) potiguar e também pela geração de empregos. Na última década, as empresas com até cinco funcionários  foram as que anualmente geraram novos postos de trabalho e que foram responsáveis pelo Rio Grande do Norte não encerrar 2019 com um saldo negativo de empregos. E é justamente esse perfil de empresas que não está sendo prioritariamente atendido com as linhas de crédito disponíveis para enfrentar os reflexos da pandemia no setor produtivo.

“Temos conversado com os bancos locais, mas ainda é muito difícil esse crédito chegar aos pequenos. As normas de todos os bancos e de todas as linhas incluem e exigem adimplência e certidões negativas”, critica o superintendente, que também é conhecido como Zeca Melo. Ele destaca ainda a utilização dos recursos do Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe) como garantia real. O Sebrae está aplicando cerca de R$ 1 bilhão junto à Caixa para disponibilizar cerca de R$ 7,5 bilhões em linhas de financiamento para os pequenos negócios, ou seja, aquelas empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano.“Não concordamos com a taxa de juros que está sendo aplicada a essa linha de crédito, principalmente por contar com esse aval, e estamos lutando para baixar”, informou.

Sem sucesso

De fato, muitos empreendedores têm buscado empréstimos e não têm conseguido. Antônio Júnior é formalizado como Microempreendedor Individual (MEI) e buscou uma instituição financeira para uma linha de crédito específica para a categoria no valor de R$ 6 mil. Ele entrou para o grupo dos que tiveram as esperanças frustradas. O empréstimo foi rejeitado e, por isso, ele buscou orientação no Sebrae para verificar outras alternativas e possibilidades para obtenção do dinheiro.

“Eles alegaram que, como eu tinha processos no judiciário, não poderiam conceder. Não consegui ver a relação de uma ação na justiça com liberação de empréstimo, que faria para quitar contas com meus fornecedores”. Ele faz parte das estatísticas dos empreendedores que não conseguem driblar as exigências do sistema financeiro. “Percebo que em vez de facilitar, as instituições endurecem mais ainda as regras de avaliação nesse momento tão complicado”.

Sugestões

Durante a reunião da comissão, Zeca Melo também ressaltou a importância de fortalecer a Agência de Fomento do Estado (AGN) e falou da importância da retomada dos recursos do BNDES para agência, que estavam suspensos em função de o estado estar inadimplente com a União. De acordo com o deputado Francisco do PT, a AGN vai ampliar a linha de financiamento para empreendedores de R$ 6 mil para R$ 12 mil. “Precisamos de pensar a médio e longo prazos, mas também pensar a curto prazo também e resolver questões econômicas dentro do próprio estado”, defende o superintendente.

Na visão de Zeca Melo, uma das saídas para o Rio Grande do Norte sair da crise com um grande projeto voltado para o turismo para se destacar na região Nordeste, evidenciando diferenciais competitivos locais, como é o caso da participação do RN na II Grande Guerra. Ele também acredita ser relevante fortalecer os arranjos produtivos, como a carcinicultura e a indústria de petróleo, por exemplo.  “Precisamos de soluções e de agilidade. As saídas passam pela criatividade, inovação e agilidade”.

Autor(a): Eliana Lima
Fonte: SEBRAE



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