24 SET 2021
Estudos clínicos da vacina Clover, imunizante contra covid-19, começaram em março de 2021 no Brasil. Em Natal, o Instituto Atena de Pesquisa Clínica foi a instituição responsável pelas pesquisas, tendo a médica Sanali Paiva como investigadora principal e coordenadora do estudo em solo brasileiro.
Após a recente conclusão da fase 3 dos testes, a fabricante da Clover, Sichuan Clover Biopharmaceutical, declarou através da médica Sue Ann Costa Clemens, professora da Universidade de Oxford, membro do comitê científico do estudl, que o imunizante mostrou eficácia de 100% para casos graves da doença, evitando mortes. As experiência foram feitas em voluntários no Brasil, Filipinas, Colômbia, África do Sul e Bélgica.
O estudo considerou a eficácia do imunizante através da quantidade de anticorpos no sangue, e a imunidade celular, reafirmando uma maior proteção e uma maior memória imunológica.
O resultado para as variantes que evoluem para os quadros mais severos da covid também foi de 100%, incluindo a Gama e a Delta, cepas que atualmente mais circulam no Brasil.
Já para os casos leves a moderados contra qualquer variante – quando não necessita de hospitalização –, a eficácia foi de 83%.
Segundo a empresa responsável, a pesquisa revelou eficácia em todos os casos que foram sequenciados, inclusive em indivíduos soropositivos e que já tinham sido previamente infectados com a covid.
A médica e pesquisadora potiguar Sanali Paiva, diretora do Instituto Atena, destaca a importância dos voluntários que aderiram ao estudo: “Cada pessoa, cada um que colaborou com nossa pesquisa teve uma função muito importante. Valeu a pena, e nós agradecemos a todos os voluntários pela colaboração”.
A diretora do Instituto Atena informa ainda que a ‘quebra do cego’, como é chamado o momento em que o voluntário fica sabendo se recebeu placebo ou vacina durante a pesquisa, deverá acontecer no fim de outubro.
Registros
A fabricante chinesa informou aos órgãos de imprensa que está entrando com pedidos de registro do imunizante na China, União Europeia e Organização Mundial da Saúde (OMS). A médica Sue Ann prevê uma reunião já na próxima semana para apresentar as informações à agência para o processo regulatório. Destaca também que o estudo não detectou nenhum caso da cepa original, em nenhum dos sequenciamentos, o que significa que a cepa original da covid já foi quase totalmente substituída pelas cepas variantes.
No Brasil, também já iniciaram as tratativas com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a submissão dos resultados do estudo.
A fabricante pretende apresentar à Anvisa pedido de autorização para conduzir um estudo no Brasil sobre a dose de reforço (ou terceira dose). O objetivo será aplicar a Clover em diferentes concentrações para definir qual a melhor quantidade de reforço.
Autor(a): Eliana Lima