O advogado Emanuel Grilo, do escritório Pablo Pinto Advogados, protocolou nessa quinta-feira (15), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), recurso em que pede a ineligibilidade da vice-prefeita de Assú, Fabielle Cristina.

Inseriu, logo na epígrafe da peça, poema de cancioneiro popular, no qual informa autor desconhecido, mas quem conhece a inteligência e a criatividade do advogado não tem dúvida que foi da sua genialidade.

O poema:

Dotô desesperado

comprou tanto do voto.

Mesmo assim, como anoto:

quase foi derrotado.

Mesmo sendo abastado,

não é muito querido.

Passou até recibo

de um voto comprado.

Hoje já foi cassado

na primeira instância

e só vive na ânsia

de ser defenestrado.

Vai ser penalizado

também no tribunal,

porque foi imoral

essa vil criatura.

Saia da prefeitura,

fique aí por Natal.

Pois bem

Na peça, pede que a sentença que implica Fabielle Cristina seja reformada, considerando que "a importância da posição que ocupou na chapa deixar evidente que participava das decisões sobre os rumos da campanha".

Mais consideração:

- Natural que o nome do cabeça da chapa ficasse mais em evidência. Porém é desarrazoado imaginar que a candidata a vice não participasse das decisões sobre como seria conduzida a disputa pelos votos em sua cidade.

Chegar à conclusão diversa à acima, com devido respeito aos pensamentos divergentes, é imaginar que a mulher, por sua condição como tal, nada mais é que coadjuvante e não interfere de modo ativo nas decisões sobre os rumos de sua vida e carreira.

- Fabielle não foi coadjuvante da campanha de sua chapa. Pelo contrário, foi uma das protagonistas!

- Pelos mesmos fundamentos que levaram à conclusão segundo a qual Gustavo Soares encabeçou o esquema ilícito de compra de votos, deve ser reformada a sentença para condenar Fabielle Cristina.

Autor(a): Eliana Lima