Política

Argentina é o primeiro país da AL a oficializar embaixadora para políticas de combate ao antissemitismo. E o Brasil?

21 JUL 2023

A Argentina tornou-se, nessa quinta-feira (20), o primeiro país da América Latina a anunciar, oficialmente, uma embaixadora, Fabiana Loguzzo, para políticas de monitoramento combate ao antissemitismo


Cientista político especializado em Oriente Médio, diretor executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst comentou nas suas redes sociais:


- Esperamos que em breve o Brasil também se una à Argentina, aqui na América Latina, nomeando um Representante Especial para Monitoramento e Combate ao Antissemitismo.


E descreve o cenário:


O país se torna o primeiro na América Latina a criar o cargo, juntando-se aos EUA, Canadá e vários Estados europeus. 


Infelizmente, a medida tem sido cada vez mais necessária, diante do aumento mundial dos casos de racismo antijudaico e de negacionismo do Holocausto.


Atualmente, um dos representantes especiais de combate ao antissemitismo mais conhecidos é a Dra. Deborah Lipstadt, dos EUA, nomeada por Joe Biden, em 2021.


Ela ficou famosa, ao enfrentar, em 1996, nos tribunais britânicos, um negacionista do

Holocausto que a processou. O episódio é retratado no livro "Negação", escrito por Lipstadt, que inspirou um filme com mesmo nome, estrelado por Rachel Weisz.


Nesse aspecto, os EUA estão na vanguarda, sendo um dos primeiros países a criar um cargo assim. Desde 2004, o país possui um Escritório de Monitoramento e Combate ao Antissemitismo.


Além de órgãos específicos para a promoção internacional da liberdade religiosa e um embaixador apenas para assuntos relacionados ao Holocausto.

Este ano, o presidente Biden anunciou a primeira estratégia nacional de combate ao antissemitismo da história dos EUA.


Além dos países, várias organizações internacionais têm sentido a necessidade de nomear representantes especiais voltados para o antissemitismo.


É o caso da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Essa última tem o brasileiro Fernando Lottenberg como o seu comissário para monitoramento do tema.


A Aliança Internacional em Memória do

Holocausto (IHRA) tem incentivado que cada vez mais países adotem ações semelhantes, sobretudo, aqueles que adotam a sua definição de antissemitismo.


Na conferência do órgão, ocorrida mês passado, na Croácia, o Brasil participou do evento como Estado observador, sendo representado por nomes do alto escalão do Itamaraty, como o ministro Clélio Nivaldo Crippa Filho e o secretário Everaldo Cunha. Também se fez presente a diretora da Confederação Israelita Brasileira, CONIB, Márcia Borger.


Autor(a): Eliana Lima



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