A lendária bolsa Hermès Birkin usada por Jane Birkin foi arrematada em leilão pela Sotheby’s Paris por impressionantes €8,6 milhões (cerca de R$ 55 milhões). O valor, equivalente a US$ 10,1 milhões, estabelece um novo recorde mundial para uma bolsa de mão.

Após semanas de expectativa e uma turnê global de exibição, o leilão começou com lances partindo de €1 milhão (R$ 6,4 milhões). Esse valor já superava o recorde anterior, registrado em 2021, com a venda da Hermès White Himalaya Niloticus Crocodile Diamond Retourne Kelly 28 por US$ 513.040 (cerca de R$ 2,7 milhões à época).

A disputa teve lances por telefone, online e no salão, culminando com a venda para um colecionador privado do Japão, sob aplausos emocionados do público presente.

A origem da Birkin: um voo, um encontro e uma ideia

A bolsa Birkin tem uma história tão icônica quanto seu preço. Em 1983, Jane Birkin, atriz e cantora britânica radicada na França, embarcou em um voo da Air France e sentou-se ao lado de um homem desconhecido. Durante o trajeto, sua bolsa transbordava de objetos, e ela comentou que era difícil encontrar uma bolsa elegante que também fosse prática para o dia a dia.

Décadas depois, o modelo original, usado e transformado por ela, torna-se não apenas uma relíquia da moda, mas um objeto de arte carregado de história, estilo e personalidade.

O homem com quem conversava era Jean-Louis Dumas, então presidente executivo da Hermès. Sem se apresentar de imediato, ele ouviu atentamente as queixas de Jane. Poucos meses depois, recebeu em sua casa, como surpresa, a primeira versão da bolsa que seria batizada com seu nome: Birkin.

Criada para ser sofisticada, espaçosa e funcional, a bolsa Birkin virou símbolo de status, luxo e desejo, com listas de espera que podiam ultrapassar anos.

Mais do que um acessório de luxo, a Birkin de Jane carregava marcas afetivas da artista. Fiel ao seu estilo irreverente, ela enchia a bolsa de penduricalhos, correntes, adesivos e amuletos, tornando cada aparição com o acessório um espetáculo visual de liberdade e autenticidade.

Autor(a): BZN