Política

Bolsonaro, Cassaniga e uma das maiores tragédias do Brasil

27 JUL 2020

O presidente Jari Bolsonaro conversa por telefone com Augusto Cassaniga,  hoje capitão da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo.‬

A ligação recorda o ato de bravura do então sargento Cassaninga, na sexta-feira do dia 1° de fevereiro de 1974, quando salvou várias vidas no topo do Edifício Joelma, que ardia em chamas na Av. 9 de Julho da capital paulista. Na tragédia, uma das maiores que já ocorreram no Brasil, morreram 191 pessoas. Muitas delas pularam por não suportar as queimaduras. 

Lembro dos gritos de desespero da jornalista Glória Maria, que cobria o infortúnio para a TV Globo, ao ver as pessoas se jogando.

Quando o então sargento chegou ao local, ao se apresentar para o capitão PM Caldas, do Corpo de Bombeiros, ouviu deste que precisava de um voluntário para ir num helicóptero da Dersa e saltar no topo do prédio. Avisou que era arriscado e entenderia uma negativa. Cassaniga imediatamente se prontificou.

‪Ao salta do helicóptero, de uma altura de cerca de 4 metros - felizmente não caiu sobre nenhuma das muitas pessoas que aguardavam desesperadamente por socorro -, o PM contundiu o pé. Ele amarrou forte a bota e seguiu sua missão.

Ao se levantar, deparou-se com uma avalanche de perguntas das vítimas presas no topo do prédio, como por que não jogavam água, se iam morrer, por que apenas ele estava ali para o salvamento etc. ‬

Cassaninga usou da psicologia de massa e gritou mais alto que eles, para que ficassem no centro do telhado e assim evitar novas quedas. Em meio ao pânico, recebeu duas ajudas: uma do céu, com uma garoa que caía no dia, a outra de um voluntário que estava no prédio. O homem o ajudou a tirar algumas vítimas que estavam embaixo das telhas.

Dos momentos dramáticos, uma  mulher que ele conseguiu retirar pedia, em seus braços, que não a deixasse morrer. Mas ela não resistiu aos ferimentos. No seu colo.

Ouça a conversa entre o capitão e o presidente:

Autor(a): Eliana Lima



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