A defesa do general da reserva Walter Braga Netto protocolou, nessa segunda-feira (16), um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a realização de uma acareação com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo os advogados, há divergências relevantes entre os depoimentos de Cid e do general que precisam ser esclarecidas. A principal delas envolve acusações de que Braga Netto teria discutido o suposto plano golpista conhecido como Punhal Verde e Amarelo, que previa a eliminação de autoridades, e que teria repassado dinheiro a Cid dentro de uma sacola de vinho.

A defesa do general afirma que Cid não apresentou provas que corroborem as acusações. "E não é demais explicitar que essa diligência complementar se mostra necessária para a devida apuração dos fatos", diz trecho do pedido.

Além da acareação, os advogados pedem a suspensão temporária da ação penal sobre a tentativa de golpe, argumentando a necessidade de tempo adicional para análise das provas reunidas no processo.

Na semana passada, Braga Netto prestou depoimento ao STF e negou qualquer envolvimento com o plano Punhal Verde e Amarelo, bem como o repasse de dinheiro a militares do grupo de elite do Exército, apelidado de "kids pretos".

Braga Netto está preso desde dezembro de 2024, acusado de obstrução de justiça e de tentativa de obter informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid.

Autor(a): BZN