Política

Cada morte no trânsito custa R$ 785 mil ao Brasil. Total de R$ 50 bilhões por ano

26 OUT 2020

Cada morte decorrente de acidente de trânsito no Brasil custa, aos cofres públicos, R$ 785 mil. No total, são cerca de R$ 50 bilhões por ano, de acordo com levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas).

O cálculo do Ipea avalia quanto é gasto com atendimentos pré-hospitalar; hospitalar; pós-hospitalar; perda de produção; danos materiais; processos e danos à propriedade pública e privada.

Todos os anos, mais de 42 mil pessoas morrem no Brasil e outras 235 mil ficam inválidas devido a insegurança viária. Demanda que ocupa 60% dos leitos de UTI e 50% das cirurgias de emergência no SUS.

Médico especialista em Medicina do Tráfego, diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) Alysson Coimbra atenta que todo esse gasto, que não leva em consideração o impacto social e previdenciário, “pode ser reduzido se encararmos os acidentes como o grave problema de saúde pública que eles são”.

Acredita que a redução é possível  se o Brasil “mantiver a análise criteriosa de médicos e psicólogos especialistas em Trânsito na realização dos exames para obtenção e renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH)”.

Chama atenção que um “exame feito por quem realmente detém o conhecimento e a prática realiza o diagnóstico precoce de doenças, evitando mortes, já que estudos recentes feitos pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) comprovaram que os problemas de saúde causam a maior parte dos acidentes no Brasil”.

Por isso as entidades médicas batalham pela reavaliação do veto presidencial ao artigo 147 do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Artigo esse que define que as avaliações médicas e psicológicas tenham que ser elaboradas por especialistas em Trânsito, que são os profissionais certos para avaliar a aptidão e as condições de saúde dos motoristas e candidatos a motoristas.

“Entendemos que as ações de governantes sempre buscam facilitar a vida dos cidadãos, mas precisamos garantir que essas ações não esbarrem em questões técnicas e de grande impacto aos cofres públicos, sem falar no bem mais precioso para todos, que é a vida”, considera o especialista.

Autor(a): Eliana Lima



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