Saúde

Câncer de bexiga ultrapassou 15 mil mortes em três anos no Brasil

01 JUL 2025

Foto: Divulgação

Tipo de câncer mais comum em homens a partir dos 50 anos, o tumor de bexiga levou a óbito mais de 15 mil pessoas, entre os anos de 2022 e 2024, uma média de mais de cinco mil mortes a cada ano. Dados preliminares de 2024 apontam 5.028 mortes pela doença no Brasil, sendo 3.354 homens e 1.674 mulheres. No Rio Grande do Norte, foram registrados 171 óbitos nos últimos três anos e 61 apenas em 2024. Os dados são do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde.

“Os homens têm mais chance de desenvolver câncer de bexiga principalmente por dois motivos: maior exposição a fatores de risco, como o tabagismo, e exposição ocupacional a produtos químicos em algumas profissões. Além disso, fatores hormonais e diferenças biológicas entre os sexos também podem influenciar. É importante lembrar que, apesar de mais comum em homens, as mulheres também podem ter a doença e devem ficar atentas aos sinais”, explicou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do RN (SBU-RN), Pedro Sales.

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que em 2025 deverão ser registrados 11.370 novos casos de câncer de bexiga, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres. Isso corresponde a um risco estimado de 7,45 casos novos a cada 100 mil homens e 3,14 a cada 100 mil mulheres. Ainda segundo o Inca, esse é o sétimo câncer mais incidente entre os homens no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o que representa mais de 3% dos cânceres no sexo masculino.

O tabagismo, incluindo o passivo, é o principal fator de risco do câncer de bexiga, porém há outras ameaças como: exposição a substâncias químicas; alguns medicamentos e suplementos dietéticos; gênero e raça (homens brancos têm mais chances de desenvolver a doença); idade avançada; e histórico familiar.

Sales explica ainda como o cigarro atua no organismo, agindo como um forte fator de risco para o desenvolvimento da doença: “O cigarro é o principal fator de risco para o câncer de bexiga porque libera substâncias tóxicas e cancerígenas que, após serem filtradas pelos rins, ficam concentradas na urina. Quando essas substâncias entram em contato com a parede da bexiga, podem causar alterações nas células, aumentando o risco de câncer com o tempo. Parar de fumar é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco da doença”.

Apesar de geralmente ser silencioso no estágio inicial, o tumor de bexiga pode provocar sangue na urina; maior frequência urinária; ardência ao urinar; urgência para urinar; e jato urinário fraco. O diagnóstico pode ser feito por exames de urina e de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e cistoscopia. Identificado o tumor, o tratamento varia conforme o estágio da doença e pode consistir em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

“Exames de rotina são essenciais para detectar precocemente o câncer de bexiga, aumentando as chances de cura. Procure um urologista se notar sangue na urina, dor ao urinar ou necessidade frequente de urinar, especialmente se você tem fatores de risco como tabagismo ou exposição a substâncias químicas. O câncer de bexiga costuma começar de forma silenciosa, sem sintomas evidentes. Por isso, fazer check-ups regulares com o urologista é fundamental para detectar precocemente a doença e aumentar as chances de cura. Não espere os sintomas aparecerem, cuide-se antes!”, recomendou Pedro Sales.

Autor(a): BZN



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