Polícia

Cosa Nostra: MPF denuncia italianos e brasileiros acusados de lavar mais de R$ 300 milhões no RN e Paraíba

19 SET 2024

Foto: Restaurante no alvo da operação em Natal

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou três italianos e seis brasileiros por envolvimento nos crimes de organização criminosa internacional e lavagem de dinheiro para a máfia italiana, resultado da Operação Arancia, que investigou “ramificação da Cosa Nostra, uma das maiores organizações mafiosas da Itália e que comprovadamente atua no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba. O trabalho é conduzido por uma Equipe Conjunta de Investigação (ECI), formada por autoridades brasileiras e italianas”, informa o MPF.

Conforme o parquet, o “grupo utilizava empresas de fachada e "laranjas" para dissimular o lucro proveniente de crimes como o tráfico de drogas, extorsão e homicídio”.

Lupas de polícia investigação “indicam que o esquema resultou na lavagem de capital ilícito de, pelo menos, R$ 300 milhões (ou cinquenta milhões de euros) desde 2009. Segundo as autoridades italianas, entretanto, o valor total dos ativos investidos podem superar 500 milhões de euros, em valores atuais, mais de R$ 3 bilhões”.

Entre os investimentos das empresas fictícias no Brasil, foram identificados um restaurante em Natal (RN), apartamentos em Cabedelo (PB), casa de luxo em um resort em Bananeiras (PB) e um grande loteamento residencial no município de Extremoz (RN), parcialmente financiados com lucros de tráfico de drogas e de extorsão praticados em Palermo.

À Justiça, o MPF solicitou a manutenção da prisão preventiva dos líderes da máfia. Dois deles já estão presos por outros crimes: Giuseppe Calvaruso - sob custódia na Itália - e Pietro Lagodana - que cumpre pena no Presídio Estadual de Alcaçuz, no RN. O terceiro italiano apontado como líder, Giuseppe Bruno, foi preso no Brasil durante a Operação Arancia, em agosto deste ano.

Na terça-feira (17), a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5a Região (TRF5) negou pedido de habeas corpus e ele segue preso aguardando julgamento. Além dos três chefes, foram denunciados seis brasileiros acusados de integrarem a organização em diferentes períodos, incluindo companheiras dos italianos.

A denúncia foi recebida pela 14ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte.  

Autor(a): BZN



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