Se vivo estivesse, o advogado Raimundo Soares de Souza, saudoso pai do querido gastro Silvério Soares, teria completado 100 anos no dia 1º de julho.

Diante da sua importância para Mossoró, a subseção da OAB no município prestou homenagem pela passagem do centenário dele, que foi um dos seus fundadores.

Nascido em Caraúbas, foi em Mossoró que fez carreira profissional e foi prestigiado prefeito, entre os anos de 1963 e 1968.

Dos feitos, seu nome consta na fundação da Universidade Regional do Rio Grande do Norte, atualmente UERN, e na Esam, hoje Ufersa, criada pelo Decreto nº 3/67, atendendo pedido do então presidente do INDA, Dix-huit Rosado, que conveniou com a Prefeitura de Mossoró a totalidade dos recursos necessários para a implantação da Esam.

O homem que rejeitou ser governador!

Em 1965, o então governador Aluízio Alves convidou Raimundo Soares para sucedê-lo no comando do estado, apesar de filiados a partidos adversários. 

Convite aceito, convenção partidária marcada, a capital-potengi repleta de faixas e cartazes em homenagem ao "Sucessor de Aluízio", eis que Raimundo Soares, em meio a pressões dos que o indicaram para prefeito de Mossoró, decidiu pela sua paz. 

Foi para o Rio de Janeiro e de lá enviou um telegrama a AA informado da renúncia à sua designação para governar o RN. 

No impacto de última hora, Aluízio convida o Monsenhor Walfredo Gurgel.

Advocacia

Foi em 1946 que Raimundo Soares instalou seu escritório de advocacia em Mossoró, segundo o centro de documentação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A partir de 1954 ingressou na carreira política, eleito suplente de deputado estadual no RN pela então Aliança Democrata Cristã, constituída pela UDN e o Partido Democrata Cristão (PDC). 

Das hilaridades

Raimundo Soares era conhecido por seu imenso conhecimento intelectual, suas tiradas finas, cantorias, inclusive em italiano, e fantástico bom-humor. 

O bom-humor característico de toda sua família, que o digam os amigos dos filhos Wernher e Silvério Soares - este não perde oportunidade de soltar seu vozeirão em canções italianas preferidas do pai.

Conta a lenda que em plena acirrada campanha para prefeito de Mossoró, ele candidato, eis que ele chega com correligionários à sua casa e lá estava a cena que marcou história: sua esposa Iolanda balançava a rede para um dos filhos dormir cantando a música de campanha do adversário.

Autor(a): Eliana Lima