Educação

De BBB a acidente radiativo: como professor de escola natalense tem mudado forma de ensinar com criatividade e inovação

15 MAR 2022

Foto: Divulgação

O que o Big Brother Brasil e a simulação da cena de um suposto acidente radioativo têm a ver com o ensino da História? Aparentemente, nada. Mas, e se forem maneiras criativas e “fora da caixa” encontradas por um professor para repassar conteúdos aos seus alunos? É isso que vem acontecendo com as turmas do 6º ao 8º ano da Maple Bear Natal, nas aulas do professor Lucas Vale. O educador utiliza referências que englobam metodologias ativas e gamificação e estão em consonância com o método de ensino canadense, empregado na escola, que incentiva o aluno a “aprender fazendo”. 

Numa das aulas, o professor preparou QR Codes com informações sobre personagens das revoluções inglesas e espalhou pelo pátio da escola. As turmas foram divididas em equipes e os alunos tiveram que encontrar os códigos. De volta à sala de aula, eles descobriram quais eram as informações e cada equipe teve que montar uma apresentação para o personagem histórico como se fosse uma apresentação de participantes do BBB. Os alunos e o professor dialogaram sobre esses personagens e sua relevância para a história das revoluções inglesas e fizeram simulações sobre quem seria o líder, o anjo, quem enfrentaria um paredão. 

Segundo Lucas Vale, que tem 27 anos e também é mestre em Antropologia (UFPB) e mestrando em Inovação e Tecnologias Educacionais (UFRN), a Base Nacional Comum Curricular recomenda o uso de metodologias e tecnologias que favoreçam a interatividade e o protagonismo estudantil para desenvolvimento de habilidades e competências. Ele destaca que na Maple Bear Natal isso se consolida na prática, por meio do programa canadense de ensino, que compreende os estudantes como sujeitos ativos no processo de ensino-aprendizagem e que incentiva práticas pedagógicas criativas. 

“Muitas pessoas têm uma visão equivocada do componente curricular História, classificando-o como “chato”. Isto acontece porque durante muito tempo o ensino consistia apenas na memorização de nomes de pessoas, datas e acontecimentos. Acredito que o ensino de História precisa se tornar divertido e estimulante, e a tecnologia e a criatividade são as maiorias aliadas do professor, que pode, a partir de desafios, projetos, resoluções de problemas, jogos e storytelling, transformar a sua sala de aula”, explicou. 

Investigação de acidente radioativo

Em outra oportunidade, o professor montou a cena de um suposto acidente radioativo e pediu para os alunos investigarem. Foram reunidos diferentes materiais que seriam as pistas para entender o que havia acontecido. Os estudantes foram divididos em grupos e eles tiveram um tempo para investigar o espaço. Os alunos tinham que encontrar todas as pistas e classificá-las como fontes históricas e com base nelas escrever suas versões dos fatos. A ideia era que eles relacionassem, na prática, o trabalho do historiador com o trabalho do investigador, já que ambos interpretam acontecimentos por meio de vestígios. 

“O objetivo pedagógico sempre vem em primeiro lugar. Primeiro eu me pergunto: ‘O que os meus alunos precisam aprender agora?’, e aí busco esta resposta nos documentos de referência para o currículo escolar. Depois, me pergunto novamente: ‘Como eles podem aprender isto da forma mais emocionante?’. Acredito que ao tornarmos nossas aulas emocionantes, as tornamos inesquecíveis, e assim contribuímos para uma aprendizagem com maior significado”, disse Lucas Vale. 

Para o coordenador do ensino fundamental da Maple Bear Natal, Olavo Vitorino, a forma diferenciada encontrada pelo professor para ensinar contribui na aprendizagem mais fácil dos alunos na perspectiva do impulsionamento ao protagonismo do estudante em busca do desenvolvimento de habilidades e competências, que serão cada vez mais necessárias para o cidadão no futuro. Tudo isso, por meio da resolução de problemas.

Autor(a): Redação



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