09 NOV 2023
O jornalista Diego Escosteguy fez uma ampla matéria investigativa e publicou o resultado nesta quinta-feira (9), no seu site Bastidor.
Informa que a “República Islâmica do Irã mantém uma base clandestina de operações em São Paulo com indícios de atividades de inteligência estatal, indica uma investigação especial do Bastidor conduzida nos últimos três meses”.
Explica que a “reportagem monitorou o endereço e outros associados à rede iraniana em São Paulo. Obteve documentos comerciais, imobiliários e diplomáticos, além de cópias de processos cíveis e criminais contra os iranianos suspeitos. Teve acesso a relatórios reservados de inteligência de agências ocidentais e entrevistou, sob anonimato, fontes com conhecimento das atividades de inteligência de Teerã. A investigação também envolveu o rastreamento, em fontes abertas, das atividades digitais dos iranianos suspeitos de pertencer ao aparato de inteligência dos aiatolás xiitas e de seus laranjas brasileiros”.
Considera que a “base iraniana em São Paulo é estratégica em termos logísticos e operacionais, sobretudo após a deflagração da guerra entre Hamas e Israel. Tanto Hamas quanto Hezbollah, apesar de suas diferenças, são grupos terroristas apoiados, em larga medida, pelo regime teocrático dos aiatolás iranianos. (O Brasil não considera os dois grupos organizações terroristas, ao contrário dos Estados Unidos e da maioria dos países europeus.) Hamas e Hezbollah não são meros títeres do Irã, mas a parceria estreita entre eles é inegável. Conforme o conflito em Gaza se agrava, aumentam as chances de que Hamas, Hezbollah e Irã ataquem, ou ameacem reservadamente atacar, alvos israelenses fora da região. Por isso não houve surpresa com a operação da Polícia Federal ontem, na qual foram presas pessoas, segundo as investigações dos serviços de inteligência de Israel, recrutadas pelo Hezbollah para planejar e, eventualmente, conduzir ataques terroristas contra alvos judeus no Brasil. Na América Latina, há uma antiga e sólida rede operacional compartilhada por Hezbollah e Irã. Por rede operacional, entenda-se endereços, empresas, veículos e estruturas de lavagem e remessa de dinheiro, armas e drogas. Essa relação foi fartamente documentada nas últimas décadas, notadamente depois dos atentados terroristas na Argentina, especificamente contra judeus, no começo dos anos 1990”.
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Autor(a): BZN