18 SET 2025
Pesquisa recém-publicada na revista científica A Derecho y Cambio Social – DCS lança luz sobre a presença de métodos sem comprovação científica em tribunais brasileiros. Técnicas como a Constelação Familiar e a chamada “Síndrome das Falsas Memórias” vêm sendo utilizadas em processos sensíveis, especialmente aqueles que envolvem crianças e adolescentes, levantando preocupações sobre riscos à imparcialidade judicial.
O trabalho é resultado da colaboração entre o físico Carlos André, a jurista Emmanuelli Gondim e o físico Carlos Chesman, doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O trio uniu Direito e Ciências da Natureza em uma análise inédita, que mostra como a adoção de práticas pseudocientíficas pode mascarar decisões judiciais sob uma falsa aura de legitimidade.
Segundo Emmanuelli Gondim, o mérito do estudo está em demonstrar que ciência e Justiça não podem caminhar separadas: “Não é apenas um debate acadêmico. Quando o Judiciário se apoia em métodos sem respaldo científico, fragiliza direitos fundamentais e pode perpetuar injustiças irreparáveis”.
Chesman acrescenta que muitas dessas abordagens se apresentam como técnicas neutras, mas, na prática, distorcem a busca pela verdade: “É preciso denunciar a pseudociência justamente porque ela se disfarça de ciência”.
Para Carlos André, o alerta é também um convite ao diálogo: “A aproximação entre Direito e ciência é indispensável para que a Justiça brasileira atue de forma segura, protegendo a sociedade e evitando retrocessos”.
Além de identificar problemas, o estudo aponta alternativas para que tribunais brasileiros priorizem métodos baseados em evidências e estabeleçam uma relação mais consistente com o conhecimento científico.
O artigo completo pode ser lido neste link ou no Instagram.
Autor(a): BZN