24 SET 2020
Por volta da 1h da madrugada de hoje (24) acordei assustada devido a um tremor na cama, como se fosse pelo chão em movimento. E não foi tão rápido. Fiquei pensando se tinha sido pesadelo ou o chão tremeu. Eu estava à beira-mar da Praia de Camurupim, litoral sul do RN.
Bom. Demorei a dormir e pensei: quando amanhecer vejo se o Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis) informa sobre algum tremor. Passou-se o dia, esqueci. Até que lembrei agora e corri para o site.
Pois bem, coincidência ou não, o LabSis informa que hoje "ocorreram dois novos tremores na dorsal meso-oceânica". O primeiro de magnitude 5.7, às 00h27, e o segundo de magnitude 4.8, às 1h1, numa distância de 27 km a oeste do primeiro.
O primeiro tremor (5.7) foi a aproximadamente 982 km a NNW (Nor-noroeste) na Ilha de Ascensão (pequena ilha britânica no oceano Atlântico Sul), a 1.185 km a ESE (És-sudeste) de São Pedro e São Paulo (portanto, fora do limite das 200 milhas ou 370 km da Zona Econômica Exclusiva), a 1.575 km a ENE (És-nordeste) de Fernando de Noronha, a 1.925 km a ENE de Natal, a 1.980 km a ENE do Recife e a 2.235 km a ENE de Fortaleza.
Bom. Se foi tremor do chão ou pesadelo, não sei.
Perigo de tsunami?
O LabSis explica: "Embora a magnitude não seja muito grande, eventos na dorsal sempre levantam a questão que sempre se coloca é se o tremor não pode provocar um tsunami. Para que isso ocorra, de forma perceptível, teríamos de ter magnitude acima de 7.5 e o movimento na falha sísmica tem que ser do tipo reverso ou normal, o que causaria um levantamento ou afundamento brusco do soalho oceânico. No caso do evento, o movimento da falha sísmica é do tipo transcorrente, um tipo de movimento em que há somente deslizamento horizontal de um lado da falha em relação ao outro.
A figura mostra o "mecanismo focal, obtido a partir do tensor de momento sísmico":
O tremor de magnitude 5.7 está em vermelho na parte superior do sismograma. O de 4.8 está em azul na parte superior do sismograma:
Autor(a): Eliana Lima